O major Alfredo Reinado, detido em Julho em Díli pelas forças australianas por posse ilegal de armas, e que está em fuga há uma semana, ameaçou em entrevista atirar sobre os militares australianos, se estes o tentarem capturar. O chefe da revolta timorense alega ter o direito de se defender no próprio país.
"Não venham à minha procura porque eu não sou um problema para este país", alertou Reinado, em entrevista por telemóvel, à cadeia de televisão australiana SBS, a partir de um local desconhecido em Timor-Leste.
"Mas se mesmo assim vierem atrás de mim, eu vou impedi-los. Se dispararem contra mim eu também vou disparar contra eles. Tenho o direito de me proteger no meu país", ameaçou.
O comandante das forças australianas em Timor-Leste, brigadeiro Mick Slater, levou a ameaça a sério, mas disse que já tinha havido contactos com Reinado, e espera que o líder dos militares rebeldes se renda em breve. "Se ele se entregar aos soldados australianos, será tratado com justiça", disse.
Reinado evadiu-se da cadeia de Becora, em Dili, a 30 de Agosto, acompanhado por 56 reclusos. O major estava preso desde Julho, por posse ilegal de armas. Alfredo Reinado garante estar disposto a enfrentar a Justiça mas num tribunal "isento" e "sem influências políticas".
Reforços em Timor-Leste
O primeiro-ministro australiano, John Howard, anunciou hoje no Parlamento que a Austrália vai enviar mais 120 soldados para Timor-Leste, onde Camberra já tem 1.110 militares integrados nas força internacional de paz.
Howard assegurou que a Austrália continuará a apoiar Timor-Leste mas avisou que o Governo de Díli tem de começar a responsabilizar-se pelos seus próprios problemas.
Lusa
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