Pesquisa Industrial Mensal Produção Física Regional Fonte IBGE. Base: Maio de 2009
Produção industrial cresce em oito das 14 regiões pesquisadas, em maio
Em maio de 2009, os índices regionais da produção industrial, descontados os efeitos sazonais, mostraram crescimento em oito dos quatorze locais pesquisados frente a abril, com acréscimos mais acentuados no Amazonas (11,7%) e na Bahia (7,5%). As demais taxas positivas foram observadas em São Paulo (2,4%), região Nordeste (1,8%), Minas Gerais (1,4%), que apontaram avanços acima da média nacional (1,3%), Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro (todos com 0,6%), que cresceram em ritmo mais moderado. Pernambuco (0,0%) repete o patamar do mês anterior. As regiões com recuo na produção foram Espírito Santo (-0,6%), Goiás (-1,2%), Paraná (-4,1%), Ceará (-4,3%) e Pará (-5,6%).
Na comparação com maio de 2008, os quatorze locais pesquisados registraram taxas negativas. Com recuo acima da média nacional (-11,3%) destacaram-se São Paulo (-11,6%), Paraná (-11,9%), Bahia (-12,3%), Pará (-14,1%), Minas Gerais (-20,0%) e Espírito Santo (-29,0%). As demais taxas negativas variaram de - 4,8% em Goiás a -11,1% na região Nordeste.
Também no índice acumulado nos cinco primeiros meses do ano houve recuo em todas as áreas pesquisadas. As retrações acima do recuo da média nacional (-13,9%) ficaram no Espírito Santo (-30,1%), Minas Gerais (-22,8%), Amazonas (-17,8%), Rio Grande do Sul e São Paulo (ambos com -14,6%) e Santa Catarina (-14,1%). Registraram taxas negativas, porém acima da média, Bahia (-12,5%), região Nordeste (-10,9%), Pernambuco (-9,7%), Rio de Janeiro (-8,7%), Pará (-8,3%), Ceará (-6,3%), Goiás (-5,9%) e Paraná (-3,7%).
A comparação do desempenho no primeiro quadrimestre do ano frente ao mês de maio mostrou redução no ritmo de queda da atividade industrial na maior parte (dez) das áreas pesquisadas, acompanhando o movimento do índice nacional, onde o setor passou de -14,7% de crescimento nos quatro primeiros meses do ano para -11,3% em maio. Neste tipo de confronto, Amazonas (de -19,9% para - 9,5%) e Rio Grande do Sul (de -16,3% para - 8,1%) apontaram as maiores reduções no ritmo de queda, enquanto Paraná (de -1,4 para -11,9%) e Pará (de -6,8% para -14,1%) assinalaram as maiores perdas.
AMAZONAS
Em maio, a produção industrial do Amazonas cresceu 11,8% na comparação com abril, na série livre de influências sazonais, após recuar 6,8% em abril. Com isso, o índice de média móvel trimestral aumentou 1,5% entre maio e abril, após sequência de sete meses em queda, com perda acumulada de 18,7% nesse período.
Em relação a maio de 2008, o recuo de 9,5% foi a sétima taxa negativa consecutiva neste tipo de comparação. Seis dos onze segmentos contribuíram negativamente para esse resultado, com destaque para material eletrônico e equipamentos de comunicações (-21,5%) e outros equipamentos de transporte (-29,5%). Em sentido contrário, os principais impactos positivos vieram de alimentos e bebidas (18,2%) e edição e impressão (14,3%).
O indicador acumulado no período janeiro-maio caiu 17,8%, com seis setores apontando taxas negativas. O indicador acumulado nos últimos doze meses, em trajetória descendente desde setembro do ano passado (8,3%), atingiu - 6,8%.
PARÁ
A produção industrial do Pará , em maio, recuou 5,6% em frente ao mês de abril, na série livre dos efeitos sazonais, segundo resultado negativo consecutivo, acumulando nesses dois meses perda de 10,1%. O índice de média móvel trimestral acentuou o ritmo de queda ao passar de - 0,8% em abril para - 2,7% em maio.
A produção industrial paraense apontou redução tanto na comparação com igual mês do ano anterior (-14,1%) como no indicador acumulado no ano (-8,3%). No confronto com maio de 2008, a atividade fabril do Pará recuou 14,1%, sexto resultado negativo consecutivo neste tipo de comparação, com cinco dos seis segmentos pesquisados apontando desempenho negativo. A principal contribuição sobre a média da indústria veio do setor extrativo mineral (-23,8%) e, em menor medida, de alimentos e bebidas (-21,0%) e minerais não metálicos (-45,9%). Por outro lado, metalurgia básica (14,7%) foi o único setor que apresentou expansão.No indicador acumulado no ano (-8,3%), cinco ramos reduziram a produção frente ao mesmo período do ano passado. O índice acumulado nos últimos doze meses, em trajetória descendente desde novembro do ano passado, atingiu - 0,2%, primeira taxa negativa da série histórica.
NORDESTE
Em maio, a produção industrial do Nordeste ajustada sazonalmente avançou 1,8% em relação ao mês imediatamente anterior, após ter recuado 4,5% em abril. Ainda na série com ajuste sazonal, o índice de média móvel trimestral apresentou queda de 0,9%, após apontar variação de -0,4% em abril.
O indicador mensal da indústria do Nordeste mostrou queda de 11,1%, oitava taxa negativa consecutiva, com oito das onze atividades pesquisadas apontando recuo na produção. O maior impacto negativo sobre a média global veio de refino de petróleo e produção de álcool (-47,1%). Outras contribuições negativas vieram de alimentos e bebidas (-8,2%) e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-43,5%). Por outro lado, celulose e papel (4,0%) e calçados e artigos de couro (1,6%) foram os setores que mais avançaram.
No indicador acumulado nos cinco primeiros meses do ano, a indústria nordestina recuou 10,9%, com perfil generalizado de queda que atinge dez dos onze ramos investigados. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses, assinalou redução de 5,2% e prossegue em trajetória decrescente desde outubro de 2008 (3,8%).
CEARÁ
A produção industrial do Ceará ajustada sazonalmente, em maio, recuou 4,3% em relação ao mês imediatamente anterior, após crescer três meses consecutivos, acumulando nesse período ganho de 5,1%. Com estes resultados, o índice de média móvel trimestral ficou praticamente estável (-0,1%) entre abril e maio, após ter acumulado avanço de 2,5% nos meses de março e abril.
No indicador mensal, a indústria cearense apresentou queda de 6,3% com taxas negativas em oito das dez atividades industriais, com destaque para alimentos e bebidas (-14,4%). Em seguida, vieram decréscimos de metalurgia básica (-40,5%) e minerais não metálicos (-18,8%). As duas influências positivas vieram de calçados e artigos de couro (19,9%) e vestuário e acessórios (9,7%).
O indicador acumulado no ano recuou 6,3%, com resultados negativos em sete ramos. O indicador acumulado nos últimos doze meses repetiu a taxa registrada em abril (-1,1%), e segue em trajetória decrescente desde outubro de 2008 (3,5%).
PERNAMBUCO
Em maio, a produção industrial de Pernambuco ajustada sazonalmente apontou crescimento nulo (0,0%), após recuar 3,0% em abril. Com estes resultados, o índice de média móvel trimestral cresceu 0,7% na passagem de abril para maio, após registrar queda de 1,1% em abril.
O indicador mensal da indústria pernambucana registrou taxa negativa de -7,1%, a sétima negativa consecutiva, com perfil generalizado de queda que atingiu dez dos onze setores pesquisados. Para esse resultado, a maior contribuição negativa veio de produtos químicos (-18,9%). Produtos de metal (14,9%), impulsionado pela maior produção de latas de alumínio, foi o único ramo que mostrou crescimento neste tipo de comparação.
No indicador acumulado nos cinco primeiros meses do ano, a produção industrial pernambucana recuou 9,7%, pressionada em grande parte pelas taxas negativas de dez das onze atividades investigadas. A taxa anualizada passou de - 2,9% em abril para - 3,3% em maio, e continua em trajetória decrescente desde novembro de 2008 (5,6%).
BAHIA
A produção industrial da Bahia ajustada sazonalmente, em maio, avançou 7,5% em relação ao mês imediatamente anterior, recuperando em parte o recuo de 10,9% assinalado em abril. Com estes resultados, o índice de média móvel trimestral recuou 1,8%, após ter acumulado ganho de 3,4% nos meses de março e abril.
O indicador mensal da indústria baiana mostrou decréscimo de 12,3%, oitava taxa negativa consecutiva, com queda em seis dos nove setores fabris pesquisados. O principal impacto negativo veio de refino de petróleo e produção de álcool (-48,1%). Em sentido contrário, produtos químicos (6,0%) e celulose e papel (5,6%) exerceram as principais influências positivas.
No indicador acumulado no ano, a indústria baiana recuou 12,5%, pressionado pelas taxas negativas em seis das nove atividades industriais. A taxa anualizada recuou 5,2% e prossegue em trajetória decrescente desde outubro de 2008 (4,7%).
MINAS GERAIS
A produção industrial de Minas Gerais , descontadas as influências sazonais, avançou 1,4% na passagem de abril para maio, quinta taxa positiva consecutiva, acumulando nesse período expansão de 13,7%. O indicador de média móvel trimestral também permaneceu positivo, avançando 1,9% entre abril e maio.
No índice mensal, com redução de 20,0%, observou-se desempenho negativo menos intenso na indústria de transformação (-18,2%) do que na indústria extrativa mineral (-29,4%), que exerce o segundo maior impacto negativo na taxa global. O setor de alimentos (2,5%) foi o único a avançar na produção.
No indicador acumulado nos cinco primeiros meses do ano, a indústria mineira recuou 22,8% frente a igual período de 2008, com dez dos treze ramos apontando índices negativos. O índice acumulado nos últimos doze meses, em desaceleração desde março de 2008, perdeu 2,1 pontos percentuais na passagem de abril (-8,3%) para maio (-10,4%).
ESPÍRITO SANTO
A produção industrial do Espírito Santo , em maio, recuou 0,6% na comparação com o mês anterior, na série livre de influências sazonais, após crescer 7,1% em abril. No índice de média móvel trimestral, o aumento de 0,9% entre maio e abril foi menos intenso do que o resultado observado entre abril e março (3,9%).
No confronto com maio de 2008 (-29,0%), os cinco ramos investigados assinalaram recuo na produção, com destaque para as expressivas contribuições negativas vindas dos setores extrativo mineral (-49,1%) e de metalurgia básica (-34,2%).
A produção industrial acumulada nos primeiros cinco meses do ano recuou 30,1% frente a igual período de 2008, explicado pelo desempenho negativo das cinco atividades investigados. O indicador acumulado nos últimos doze meses, em trajetória decrescente desde setembro do ano passado, passou de -9,7% em abril para -13,7% em maio.
RIO DE JANEIRO
Em maio de 2009, o índice da produção industrial do Rio de Janeiro ajustado sazonalmente avançou 0,6% frente a abril, após apontar variação negativa de 0,1% no mês anterior. Ainda na série ajustada, o índice de média móvel trimestral, que mostrou expansão de 1,9% entre abril e maio, registrou a terceira taxa positiva consecutiva neste tipo de comparação.
Em relação a maio de 2008, o setor industrial fluminense apontou redução de 5,9%, influenciado pelo perfil generalizado de queda que atingiu nove dos treze ramos pesquisados. A principal contribuição negativa sobre a média global prosseguiu com metalurgia básica (-21,2%), seguida por farmacêutica (-21,4%), outros produtos químicos (-21,4%), veículos automotores (-13,8%) e alimentos (-13,3%). Por outro lado, entre os quatro ramos que aumentaram a produção, os maiores impactos vieram do setor extrativo mineral (11,4%) e refino de petróleo e produção de álcool (16,7%).
A indústria fluminense recuou 8,7% no indicador acumulado para os cinco primeiros meses do ano pressionada, sobretudo, pelo resultado negativo da indústria de transformação (-13,7%). A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses, confirmou a trajetória descendente iniciada em setembro (3,5%), ao passar de -2,4% em abril para -2,9% em maio.
SÃO PAULO
Em maio, a indústria de São Paulo avançou 2,4% frente a abril, na série ajustada sazonalmente, quinta taxa positiva consecutiva, acumulando ganho de 8,0% nesse período. Ainda na série com ajuste sazonal, o índice de média móvel trimestral, ao crescer 1,5% em maio, mantém trajetória positiva há três meses, acumulando ganho de 4,0% nesse período.
No índice mensal, a queda de 11,6% pode ser explicada pelo desempenho negativo de quinze dos vinte ramos investigados. Máquinas e equipamentos (-33,9%), material eletrônico e equipamentos de comunicações (-57,7%) e veículos automotores (-17,7%) exerceram as contribuições negativas mais relevantes na formação da taxa geral. Por outro lado, farmacêutica (19,7%) e outros equipamentos de transporte (25,5%) exerceram as principais pressões positivas.
O índice acumulado no ano ficou em -14,6%, resultado ligeiramente acima do observado no primeiro quadrimestre do ano (-15,5%). O indicador acumulado nos últimos doze meses, em trajetória descendente desde julho do ano passado, atingiu - 4,5% em maio, sua marca mais baixa desde novembro de 1999 (-5,4%).
PARANÁ
A produção industrial do Paraná recuou 4,1% em maio frente ao mês imediatamente anterior, já descontadas as influências sazonais, terceiro resultado negativo consecutivo, período em que acumulou perda de 7,2%. O índice de média móvel trimestral, com a redução de 2,5% entre maio e abril, interrompeu sequência de três taxas positivas, quando acumulou ganho de 4,7%.
Em relação a maio de 2008, a queda de 11,9% foi o resultado negativo mais intenso desde janeiro de 2000 (-13,2%). Essa foi a segunda taxa negativa consecutiva neste tipo de confronto, com onze das quatorze atividades pesquisadas assinalando redução na produção. As contribuições negativas mais relevantes na formação da taxa geral vieram de veículos automotores (-25,4%), máquinas e equipamentos (-28,2%), celulose e papel (-17,4%) e edição e impressão (-9,0%). Os principais impactos positivos vieram de minerais não metálicos (6,0%) e refino de petróleo e produção de álcool (1,6%).
O indicador acumulado no ano ficou em - 3,7%, com dez ramos reduzindo a produção. A taxa anualizada, índice acumulado nos últimos doze meses, declinante desde março deste ano, atingiu 2,5% em maio, seu resultado mais baixo desde março de 2007 (1,5%).
SANTA CATARINA
O índice da produção industrial de Santa Catarina ajustado sazonalmente mostrou, pelo terceiro mês seguido, taxa positiva frente ao mês imediatamente anterior (0,6%), acumulando neste período ganho de 2,2%. Com isso, o índice de média móvel trimestral apontou acréscimo de 0,7% na passagem de abril para maio, após recuar 0,9% no mês anterior.
A queda de 10,4% na taxa global, em relação a maio de 2008, resultou do decréscimo observado em nove das onze atividades industriais investigadas, com veículos automotores (-51,2%), borracha e plástico (-22,8%) e máquinas e equipamentos (-11,5%) respondendo pelos maiores impactos negativos na média geral. A única taxa positiva veio de vestuário e acessórios (0,3%).
Na produção acumulada nos cinco primeiros meses do ano, frente a igual período de 2008, a indústria catarinense mostrou queda de 14,1%, com dez setores apontando recuo na produção. O acumulado nos últimos doze meses, ao passar de - 6,8% em abril para - 7,2% em maio, confirma a trajetória decrescente observada desde setembro do ano passado.
RIO GRANDE DO SUL
Em maio, a indústria do Rio Grande do Sul , na série livre dos efeitos sazonais, avançou 0,6% frente a abril, após crescimento de 2,5% no mês anterior. Ainda na série com ajuste sazonal, o índice de média móvel trimestral aumentou 0,8% entre abril e maio, terceira taxa positiva consecutiva, acumulando nesse período ganho de 3,6%.
No indicador mensal, a indústria gaúcha recuou 8,1%, pressionada em grande parte pelos impactos negativos vindos de oito dos quatorze ramos pesquisados, com destaque para máquinas e equipamentos (-31,7%). Em sentido contrário, a maior influência positiva sobre a média global veio de outros produtos químicos (15,3%).
A queda de 14,6% no indicador acumulado para os cinco primeiros meses do ano teve perfil generalizado, atingindo doze dos quatorze setores investigados. O resultado também foi negativo no acumulado dos últimos doze meses com recuo de 5,7% .
GOIÁS
Em maio de 2009, a produção industrial de Goiás recuou 1,2% frente a abril, na série livre de influências sazonais, após ter crescido nos dois últimos meses, período em que acumulou aumento de 2,6%. O índice de média móvel trimestral, que interrompeu em abril (0,8%) a sequência de oito resultados negativos, apresentou neste mês variação positiva de 0,4%.
No confronto com maio de 2008 (-4,8%), quatro dos cinco ramos investigados assinalaram decréscimo, com destaque para a contribuição negativa de alimentos e bebidas (-5,7%) e, em menor medida, de minerais não metálicos (-7,8%). O único impacto positivo veio da metalurgia básica (5,7%), impulsionada em grande parte pelo aumento na produção de ferronióbio e ouro em barras.
No índice acumulado do ano, a indústria goiana aponta resultado negativo (-5,9%), com também quatro segmentos reduzindo a produção. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses, aponta avanço de 1,8% em maio, mas permanece em trajetória descendente desde agosto do ano passado.
Prof. Dr. Ricardo Bergamini
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