DECLARAÇÃO DE BASSAEV JUSTIFICA O TERROR

O terrorista internacional Chamil Bassaev fez declaração responsabilizando-se pelo atentado terroristas em Beslan, qualificando-o como "sua operação bem sucedida". Mas porque com duas semanas de atraso após a tragédia? Claro, Bassaev, como também Maskhadov, compreenderam que chegou a hora de salvar a sua imagem.

O monologo do superterrorista está inteiramente endereçado ao público estrangeiro. Nem a Vladimir Putin, nem aos compatriotas chechenos, nem aos irmãos extremistas, mas, sim, ao mundo exterior. O presente documento é muito parecido com as respostas a um oponente desconhecido, as quais são irritadas, jactanciosas, arrogantes e assim por diante. Trata-se antes de tudo do dinheiro, tendo Bassaev no seu monologo repetido esta palavra reiteradas vezes. Por exemplo, a palavra "crianças" foi repetida só quatro vezes: primeiro, referindo-se sobre as crianças japonesas (Hiroxima), em dois outros casos - sobre os filhos do rei da Jordánia e no último - sobre as crianças chechenas, mas nenhuma vez não disse nenhuma palavra sobre as crianças de Beslan. Os pontos cruciais da mensagem de Bassaev são os seguintes: diz que a sua equipa é pobre, que não recebe dinheiro de ninguém e por isso não depende de ninguém, o que repete várias vezes: "os chechenos têm forças e possibilidades de lutar sozinhos contra a Rusni (leia-se a Rússia); "não conheço Ben Laden, nem recebo dinheiro dele, mas não tê-lo-ia recusado"; "explodir dois aviões saiu-me em quatro mil dólares; organizar as explosões na estrada Kashirskaia e à entrada de uma estação de metro - em sete mil dólares; "a operação Nord-West ( leia-se Beslan) - em oito mil euros". "Dos estrangeiros este ano recebi apenas dez mil dólar e cinco mil euros". E assim por diante, como um balanço contabilístico de um banco. Outro ponto bem importante: "Os chechenos lutam contra a Rusni por enquanto só no território da Chechénia e da Federação Russa", quer dizer, poupando o resto do mundo (o que contradiz os factos). Cabe acentuar o termo "por enquanto". É elucidativa também a tentativa de assinalar o número pequeno de mercenários estrangeiros, envolvidos no atentado terrorista em Beslan, enquanto Moscovo diz que haviam muitos. Na versão de Bassaev tratava-se apenas de dois árabes.

Outro ponto deveras interessante. "Hoje, quando o mundo indignado" exige de nos pôr termo às nossas acções, estamos a rir e perguntar: "Mas o que vocês fizeram para que nos dêem-lhes ouvidos?". Bassaev sugere melhor pressionar Putin, enquanto reserva para si a liberdade de acções de fazer o que lhe apetece.

Algumas deduções: o primeiro terrorista da Chechénia e, ao que parece, o segundo terrorista do mundo, seguindo Ben Laden, está sob uma certa pressão por parte do estrangeiro, o que o irrita, e ele procura mostrar que não precisa de ajuda alguma e negar tudo o que havia sido dito sobre o atentado terroristas em Beslan e outros.

Seria ingénuo de esperar que a propaganda terrorista comunicasse através dos seu site a informação sobre quem e para que tem encomendado o sequestro de crianças em Beslan. Claro que não poderiam ser chechenos que vivem na Chechénia.

Podemos apenas presumir que o objectivo desta acção hedionda era desestabilizar governo de Vladimir Putin, em particular, e a situação na Rússia, em geral. A mensagem de Bassaev não lança nenhuma luz sobre este problema, mas revela um episódio bem interessante do relacionamento do "rei do terror" com alguém que fica muito longe das fronteiras da Rússia.

Dmitry Kossarev observador político RIA "Novosti"

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