Os interesses dos grupos dos direitos humanos na Rússia

É verdade que pessoas morrem e desaparecem na Chechénia às vezes sem razões, que as eleições, desde os parlamentares até aos regionais, não são perfeitas e que os tribunais deveriam ser mais independentes das autoridades.

Porém se lembrarmos que mal passaram dez anos desde os tempos soviéticos e sua falta de lei, veremos que a democracia russa, mesmo que seja imperfeita, é fonte de optimismo e até orgulho.

Por isso o que diz o Departamento de Estado dos EUA passa despercebido na Rússia. No entanto, não é assim com o consideravel número de organizações públicas e privadas, comissões, fundações e órgãos de média que trabalham na Rússia a mando de, e pagos por, os Estados Unidos. Estes organismos alegadamente querem estimular práticas democráticas na Rússia. “Vamos ensinar aos pobres ignorantes como se derrota os magnatas ladrões” é a atitude. E essa lição está a ser dada aos russos a partir do orçamento dos Estados Unidos da América.

O relatório elaborado pelos serviços russos demonstra que num dos casos, um “parceiro” (organização russa financiada pelos EUA) treinou 1.000 alunos de 200 centros regionais de TV em gestão, jornalismo, marketing e tecnologias de produção.

Há mais que 2.000 ONGs na Rússia financiadas por bolsas norte-americanas, somando 79,2 milhões de USD no ano passado, incluindo 48 milhões em programas de inter-câmbio, deixando 31,2 milhões gastos directamente na Rússia pelos Estados Unidos para impulsionar as causa de “liberdades civis”.

No entanto, será que os EUA, no desenvolvimento de “democracia” no estrangeiro, estão a negligenciar os interesses dos seus próprios cidadãos? Não deveriam estar mais preocupados com o estado de democracia no seu próprio país?

Os relatórios do Departamento de Estado não incluem as necessidades nos EUA, onde um olhar pelas muitas folhas de relatórios independentes, por exemplo no relatório da Amnistia Internacional, é chocante.

Por quê é que os EUA estão tão preocupados com a situação na Chechénia quando no ano passado 16, 110 pessoas foram mortas nos EUA (fonte: Departamento de Justiça dos EUA), um recorde mundial em termos de crimes letais? Por quê é que decide não registar as mortes de 16.000 iraquianos, incluindo 10.000 civis, quando bombardeou em manta edifícios residenciais e centros comerciais?

Por quê é que os EUA teima em leccionar os russos quando o estado de liberdade de imprensa está num ponto tão baixo na América, de acordo com um estudo feito pela Universidade Estatal de Sonoma?

Parece a altura em que Washington falava dos direitos humanos na URSS quando muitos negros estavam a ser linchados nos EUA.

Como diz o Presidente Putin: “as organizações e fundações não irão morder a mão que os alimenta”. Em linguagem clara. Os direitos humanos são utilizados frequentemente como meio de pagamento para actividades mercenários por grupos estrangeiros na Rússia.

Vladimir Simonov Comentador Político da RIA Novosti Traduzido por Ekaterina Santos PRAVDA.Ru

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