As novas sanções antirussas adotadas pela UE

Por Ministério dos Negócios Estrangeiros da RússiaNa sequência das sanções antirrussas de 29 de Julho acordadas pela União Europeia, a Rússia não pode senão constatar a evidente ausência de vontade política e de desejo desta União em investir na resolução da crise na Ucrânia.

A UE, pelo seu lado, ignora cegamente as causas do trágico desenvolvimento dos acontecimentos no Sudeste deste país, onde, no quadro da pretensa "operação antiterrorista" do poder de Kiev, dezenas de cidadãos pacíficos morrem diariamente e onde centenas de milhares de habitantes foram constrangidas a tornarem-se refugiados. Uma região imensa encontra-se doravante à beira de uma catástrofe humanitária de grande escala. O conjunto dos acontecimentos deve-se em grande parte às decisões irresponsáveis da própria União Europeia, que se mostra indulgente para com o atual governo de Kiev.

A UE, em suma, deu carta branca à "pacificação" do país e demonstra uma forte falta de escrúpulo politico ao aceitar de facto qualificar a operação punitiva de Kiev contra o seu próprio povo "de abordagem moderada na conduta das operações de restabelecimento da lei e da ordem". 

Temos vergonha pela União Europeia, que depois de ter durante longo tempo procurado "falar a uma só voz", doravante fala pela voz de Washington e praticamente abandonou os valores europeus fundamentais, inclusive a presunção de inocência. A política da UE já não é mais fundamentada sobre fatos verificados, mas escreve-se sob o ditado de Washington, entre dois visionamentos de vídeos "Youtube" duvidosos.

Moscou está decepcionada pela incapacidade da UE para desempenhar seu próprio papel na política mundial. A UE aparentemente está pronta a sacrificar sua economia para permitir a realização de jogos geopolíticos equívocos, contrários aos seus interesses.

As economias russa e da UE estão estreitamente ligadas e a "terceira vaga" de sanções que Bruxelas empreende será tão fortemente ressentida na Europa como na Rússia. É preciso, no entanto sublinhar o zelo com o qual certos países europeus apoiam esta política, que é inversamente proporcional às consequências sobre o seu bem-estar. Sabem os cidadãos dos Estados membros da UE o que resultará destes jogos em termos de perdas de empregos e de ganhos comerciais? Temos igualmente de recordar que sanções setoriais estão em contradição com as normas da OMC. Medidas restritivas afetando os meios financeiros terão igualmente consequências negativas para os bancos dos Estados membros da União Europeia ativos na Rússia. Entretanto, alguns deles extraem atualmente o maior lucro das suas filiais em atividade no nosso país. Estamos consternados pela decisão de instaurar um embargo sobre o comércio de armas e de equipamentos militares com a Rússia.

Ao contrário de Kiev a quem, ao contrário, estas limitações foram levantadas ultimamente, a Rússia não toma parte no conflito militar. Na sua pressa em introduzir sanções, Bruxelas põe por sua própria conta barreiras à colaboração com a Rússia, em domínios tão cruciais como a energia. Trata-se de um movimento irrefletido e irresponsável que terá por consequência uma alta dos preços no mercado europeu da energia. Quanto às dificuldades que poderiam verificar-se em certos sectores da economia russa, elas serão certamente ultrapassadas. A eficácia e autossuficiência da nossa economia não ficarão agravadas. É evidente que vamos tomar em consideração o comportamento não construtivo e não independente da União Europeia no futuro desenvolvimento das nossas relações. 

O original encontra-se em

 www.mid.ru/brp_4.nsf/newsline/35C425E881DAF34E44257D25004DA482 e a versão em francês em www.les-crises.fr/... Este comunicado encontra-se em

http://resistir.info/

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