Copa do Mundo na Rússia: fracasso do Ocidente

Copa do Mundo na Rússia: fracasso do Ocidente

Moscou (Prensa Latina) - O plano tácito e desejado do Ocidente de impedir a realização da Copa do Mundo de Futebol na Rússia começou a fracassar assim que soaram os primeiros acordes da cerimônia de abertura em Luzhniki, no encontro de 32 times de todo o mundo.

 

Para cúmulo dos males, a equipe nacional demonstrou no jogo de abertura um futebol nunca antes visto deste país em competições desse nível, pelo menos depois da conformação da Federação Russa: cinco gols contra Arábia Saudita.

Também não significa que os sauditas foram o melhor elenco do campeonato, mas é que aqui o otimismo ganhou por seu respeito na organização do mundial, mas o pessimismo se lançou sobre todas as previsões de possibilidade para a seleção local.

Um dos principais lemas dos meios de imprensa e inclusive de alguns políticos de alta escalão rezava: nós já vencemos com a realização do Mundial, ainda que também podemos ganhar... experiência.

A verdade é que os oito primeiros gols marcados pela esquadra anfitriã, dirigida por Stanislav Cherkesov, para com isso garantir sua saída da rodada clasificatória, se converteu de por si em uma conquista histórica, com a qual poucos aqui sonhavam.

Independente de até onde possa chegar a seleção russa, isso, sem dúvida, dará mais força ao sucesso deste país contra a pressão do Ocidente, com pelo menos três manobras com intenção clara de sabotar o evento competitivo.

A primeira foi o caso do suposto envenenamento de Serguei Skripal e sua filha Julia.

Em mais de três meses de acusações sem fundamento, ações diplomáticas e sanções contra a Rússia, Londres foi incapaz de demonstrar que é possível manter a acusação de um suposto ataque químico contra o ex-agente da inteligência militar russa.

De fato, do que menos Londres quer falar agora é, precisamente, do caso Skripal. Alguns meios chegaram a especular que assim que acabar a Copa, o paradeiro d ex-agente russo será totalmente incerto.

Em seu momento e no calor da euforia antirrussa no parlamento do Reino Unido, o ministro de relações exteriores desse país, Boris Jhonson, chegou a ameaçar com a não participação da Inglaterra no Mundial de Futebol.

Finalmente, optou por permitir a viagem da esquadra inglesa, mas o Foreign Office (Ministério de Relações Exteriores), como fizeram seus colegas na França, Polônia, Dinamarca e outras nações européias, se dedicou a inventar outra Rússia, à qual não se deveria viajar.

Dizemos ‘outra Rússia' porque foi a própria torcida dos países mencionados que se encarregaram de desmentir, ou melhor, denunciar as calúnias que escutaram de seu país quando se dispuseram a viajar.

Uma segunda manobra foi intensificar os ataques da coalizão ocidental dirigida pelos Estados Unidos contra a Síria, incluindo um apoio maior aos grupos terroristas para criar uma nova atmosfera de tensão militar no sul do país levantino.

A terceira ação pareceu ser uma tentativa de provocação para criar um conflito em grande escala na região de Donbass. De fato, as autoridades de Kiev declararam publicamente que tinham a intenção de 'fazer desandar' o torneio esportivo.

Mas as formações de autodefesa das autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk lançaram várias contraofensivas no final de maio e no mês de junho que esfriaram os ambiciosos planos militares de Kiev de uma grande ofensiva.

Vale a pena explicar que Donbass faz fronteira com a região russa de Rostov-on-Dom, cuja principal cidade é uma das 11 onde se realiza a Copa desde 14 de junho.

UMA OPINIÃO DIFERENTE 

Se vamos medir o fracasso da campanha ocidental com o poder de convocatória obtido pela Rússia, deveríamos nos referir ao fato de só o México ter trazido à Rússia quase 50 mil fãs que se movem como uma verdadeira maré verde pelas cidades russas.

Grande parte dos quase três milhões de torcedores, sem contar os turistas que vão simplesmente desfrutar o ambiente da Copa, eram de procedência latino-americana, cuja região levou à etapa classificatória times de oito países.

Por isso, nas ruas de São Petersburgo, no balneário de Sochi ao sul, a linda Cazã, na república de Tataristão e em outras regiões, o espanhol foi mais ouvido que qualquer outro idioma.

A torcida mexicana, a argentina, a uruguaia, a brasileira, a colombiana e a panamenha, se tornaram tão populares entre os russos que muitos locais chegaram a propor ofertas na compra de chapéus mexicanos ou outras prendas dos países latinos.

Disseram-nos que a polícia podia confiscar os telefones, que chegávamos a um campo de concentração, a um país com as ruas sujas, com pessoas ásperas e grosseiras, mas tem sido todo o contrário. Essa seria a opinião sintetizada de vários estrangeiros.

De fato, a evidência de que a Rússia se dedica a instaurar um recorde de organização, limpeza, hospitalidade, atenção dos voluntários, preparação das cidades para atender os estrangeiros e em condições de segurança, assusta o Ocidente.

A mentira e a campanha de difamação que ficou evidente levam alguns políticos como o próprio Jhonson a mudar sua retórica. Que outro remédio? Serão milhares de ingleses que se atreveram a viajar à Rússia e que podem desmenti-lo.

O chefe de diplomacia britânica publicou um artigo no jornal The Sun, onde afirmou que seu país reforçava o trabalho dos consulados de Moscou, São Petersburgo e Ekaterimburgo, e organizava grupos móveis de diplomatas para outras cidades.

Além das cidades mencionadas, a Copa também se realiza em Kaliningrado, Samara, Saransk, Volgogrado, Rostov-on-Dom e Nizhni Novgorod.

A derrota do Ocidente na Copa, além dos dividendos econômicos e políticos que a realização do evento significa para a Rússia, é a perda de argumentos para continuar com uma política antirrussa e de sanções contra esta nação.

Será que um país com uma população tão hospitaleira e pronta para atender e compartilhar com várias dezenas de países, que chegaram aqui para desfrutar do melhor futebol do mundo, pode ameaçar ou desejar um ataque contra outras nações? 

**Correspondente Chefe da Prensa Latina em Moscou 

Ucl/rps/to/cc/gdc

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