Militares encurralados no Clube Militar

No Brasil, militares da reserva são hostilizados e encurralados dentro de Clube Militar

Por ANTONIO CARLOS LACERDA

PRAVDA.RU

Militares encurralados no Clube Militar. 16747.jpegRIO DE JANEIRO/BRASIL - No Brasil, dezenas de militares da reserva que assistiram ao debate "1964 - A Verdade" ficaram sitiados dentro do prédio do Clube Militar, na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro, Sudeste do País, na última quinta-feira, 29/03. O prédio foi cercado por manifestantes que impediram o trânsito pelas duas entradas do imóvel.

O evento marcou o aniversário do golpe militar de 1964, que derrubou o presidente João Goulart, e reuniu militares contrários à Comissão da Verdade, que pretende apurar e apontar responsáveis por crimes durante o governo militar brasileiro.

 

Ao fim do evento, os militares - a grande maioria deles oficiais generais - eles tentaram sair, mas foram impedidos por militantes do PC do B, do PT, do PDT e de outros movimentos organizados que protestavam contra o evento.

"Tortura, assassinato, não esquecemos 64", gritavam os manifestantes. "Milico, covarde, queremos a verdade", diziam outros. Velas foram acesas na frente da entrada lateral do centenário Clube Militar, na Avenida Rio Branco, representando mortos e desaparecidos durante a ditadura militar. Os militares que saíam do prédio foram hostilizados com gritos de "assassino". Tinta vermelha e ovos foram jogados na calçada e nos militares.

Homens do Batalhão de Choque foram ao local e lançaram spray de pimenta e bombas de efeito moral contra o grupo, que revidou com ovos. Os militares foram inicialmente orientados a sair em pequenos grupos por uma porta lateral, na rua Santa Luzia, mas tiveram que recuar por conta do forte cheiro de gás de pimenta que tomou o térreo do clube.

A Polícia Militar tentou conter os manifestantes e chegou a liberar a saída de algumas pessoas pela porta principal, mas por medida de segurança voltou a impedir a saída.

Um grupo de militares que saiu sob proteção do Batalhão de Choque da Polícia Militar foi alvo de xingamentos. Os manifestantes chamaram os militares de "assassinos" e "porcos". Mais tarde, a saída dos militares da reserva foi liberada por meio de um corredor aberto por PMs entre o prédio e a entrada da estação Cinelândia do metrô, a poucos metros do Clube Militar.

Por volta das 18 horas, saiu do prédio o general Nilton Cerqueira, ex-secretário de Segurança do Rio de Janeiro, que comandou a operação que culminou na morte do ex-capitão Carlos Lamarca, que aderiu à luta armada e foi morto no interior da Bahia em 1971.

 
 ANTONIO CARLOS LACERDA é correspondente internacional do PRAVDA.RU

 

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