Movimento negro reivindica igualdade de direitos

Desde então, várias conquistas foram alcançadas, mas ainda são muitas as reivindicações. Dez anos depois de ir às ruas de Brasília denunciar a ausência de políticas públicas para a população negra, o movimento organizou a marcha Zumbi + 10.

Milhares de pessoas estiveram, nesta quarta-feira 16, na Esplanada dos Ministérios para reivindicar igualdade de direitos, acesso à educação, à moradia, ao emprego e à saúde. 300 cruzes foram fincadas no gramado da esplanada simbolizando o genocídio do povo negro.

Os manifestantes querem uma resposta mais efetiva do governo brasileiro, como a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial PL 3198/00 , que está pronto para ser votado no plenário da Câmara e medidas eficazes de combate ao preconceito. Mulheres, jovens, quilombolas, intelectuais e ativistas comunitários seguiram no ritmo das apresentações culturais.

Uma parte dos manifestantes esteve na Câmara para participar da sessão solene em homenagem ao Dia da Consciência Negra.

Em debate realizado pela TV Nacional sobre a questão do preconceito racial no Brasil, na quarta 16, o professor de filosofia da Universidade de Brasília e membro do diretório do PSOL no Distrito Federal, Rodrigo Dantas, afirmou que a política do governo para garantir o acesso da população afrodescendente às universidades deve ir além das cotas. "Apesar da discriminação racial no Brasil ser evidente, o problema maior está na distribuição de renda altamente desigual no país. Enquanto não houver decisões de governo que aumentem o nível econômico da população mais pobre do país, na sua maioria constituídas por afrodescendentes, qualquer política compensatória terá efeitos meramente cosméticos, que não atacam realmente a raiz dos problemas", afirma Rodrigo Dantas.

Luciana GENRO P-SOL

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