Maués produzirá biodisel com a FPF

O município de Maués, a 267 km de Manaus deverá iniciar brevemente a produção de biodíesel a partir de espécies oleaginosas. O projeto, que tem à frente a Fundação Desembargador Paulo Feitoza, foi o único da região Norte aprovado pela Financiadora de estudos e Projetos (Finep), agência de fomento do Ministério da Ciência e Tecnologia.

O resultado da chamada pública MCT/Finep/Ação Transversal vem sendo divulgado no site da Finep. Também foram selecionados projetos das regiões, Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.

Segundo a coordenadora de biodiversidade e biotecnologia da FPF, Gisele Stark, a idéia é produzir 300kg/dia de biodiesel e diferentes tipos de óleos vegetais que poderão ser comercializados junto às empresas do ramo de cosmético ou farmacêutico.

Ela explicou que a floresta amazônica possui espécies oleaginosas com bom potencial para produção de biodiesel, que não são exploradas pelas comunidades, como o babaçu. “A mobilização destas comunidades na atividade de manejo sustentável constitui uma alternativa para a preservação da floresta, levando em consideração ainda que o biodiesel constitui uma alternativa para a preservação da floresta, já que tem a vantagem de ser menos poluente que os combustíveis fósseis (gasolina, diesel, etc.)”, disse.

Conforme Gisele, este tipo de combustível ainda não é economicamente competitivo no grande mercado em relação ao diesel do petróleo, entretanto, existem nichos de mercado onde o uso de biocombustíveis pode ser vantajoso, como por exemplo, comunidades isoladas da Amazônia que dependem de uma logística complexa para a distribuição dos combustíveis petroquímicos.

Para implantação do projeto a FPF conta com a parceria da Prefeitura Municipal de Maués, Associação Comunitária Agrícola da Liberdade do Apoquitaua e o Instituto de Desenvolvimento Sustentável de Maués. O projeto da FPF prevê a instalação da unidade produtiva na cidade de Maués, a qual seria abastecida de matéria prima coletada na Floresta Estadual de Maués pelas comunidades. Em princípio, o projeto contará com a participação de três comunidades, com 55 famílias.

De acordo com estudos realizados pela FPF, no projeto deve-se trabalhar com a babaçu, que produz um óleo que apresenta características valiosas se comparado a outros óleos como o de soja que contribuem positivamente para a qualidade de biodiesel produzido. Segundo Gisele Stark,o projeto não causará impacto ambiental na floresta, uma vez que as áreas degradas pelas comunidades serão recuperadas através do cultivo de espécies de interesse ao processo produtivo de biodiesel e o desenvolvimento de atividades de manejo florestal sustentável.

A floresta de Maués possui uma área de 438.442 hectares. São 17 comunidades que vivem na sua grande maioria da agricultura de subsistência e do extrativismo. Todas as comunidades, além da cidade de Maués, utilizam diesel como fonte geradora de energia.

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