Assassínio de civis: Colômbia sob fogo

Sobreviventes pedem à Corte IDH que condenem o Estado colombiano por mortes de civis em bombardeio

Adital

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e sobreviventes pediram à Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH) que condene o Estado colombiano pela morte de 17 civis em 1998, em um bombardeio atribuído à Força Aérea. Os juízes da Corte IDH, com sede na Costa Rica, escutaram nesta quarta-feira em uma audiência pública os sobreviventes Alba Janeth García e Marcos Neite González, assim como o general aposentado da Força Aérea Colombiana, Jairo García Camargo, uma testemunha proposta pelo Estado.

O representante da CIDH, Felipe González, disse diante da Corte IDH que a importância desse caso resulta em que, pela primeira vez, o tribunal poderá se referir sobre as responsabilidades e obrigações dos Estados no campo dos direitos humanos no marco dos conflitos armados internos.

"Este caso constitui uma oportunidade para que a Corte Interamericana se pronuncie sobre as obrigações estatais no marco de um conflito armado interno, principalmente sobre o respeito e proteção do direito à vida de pessoas civis em operações militares", afirmou González.

O caso se volta ao 13 de dezembro de 1998 quando, segundo a demanda, a Força Aérea bombardeou a comunidade de Santo Domingo, município de Tame, no departamento de Arauca (oeste), e causou a morte de 17 pessoas, entre eles quatro crianças, e deixou 27 feridos, em uma operação contra guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).

González assegurou que o artefato explosivo era uma "munição de racismos composto por seis bombas de fragmentação com uma precisão limitada e grande poder antipessoal", e que os sobreviventes receberam mais ataques ao ajudarem os feridos.

A sobrevivente Alba García disse aos juízes que "falta ao Estado cumprir com muitas coisas", e que um de seus pedidos é que "diga que foi o responsável pelo bombardeio".

"Peço que haja justiça, reparação e que o Estado nos considere como somos: vítimas", declarou García, que descreveu Santo Domingo como uma comunidade "alegre, humilde" e formada por campesinos.

Segundo a mulher, as pessoas se vestiram com roupa branca e usavam lenços da mesma cor em suas mãos para se identificarem como população civil para os helicópteros que sobrevoavam constantemente o lugar.

Fonte: NTN24

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