Mercosul suspende Paraguai até eleição e incorpora Venezuela

O Mercosul decidiu suspender temporariamente o Paraguai até as novas eleições presidenciais do país e afirmou que a Venezuela será incorporada ao bloco como "membro de pleno direito" em 31 de julho. O anúncio foi feito pela presidente da Argentina, Cristina Kirchner, ao fechar o encontro de cúpula do bloco na cidade argentina de Mendoza. O Mercosul "suspendeu temporariamento o Paraguai até que se leva a cabo o processo democrático que novamente instale a soberania popular" no país, disse a presidente argentina.

As medidas contra o Paraguai ocorrem em resposta ao processo relâmpago de impeachment do presidente Fernando Lugo, ocorrido na semana passada.

O Mercosul confirmou o que havia sido adiantado na véspera pelo chanceler brasileiro, Antonio Patriota, suspendendo o Paraguai, mas sem aplicar sanções econômicas que pudessem castigar a população.

"Houve uma ruptura da ordem democrática na República do Paraguai. Em minha opinião, parece uma paródia de julgamento o que aconteceu contra Lugo, porque não há no mundo um julgamento político sem a possibilidade de defesa", disse Cristina durante o discurso inaugural da cúpula.

Nesta sua sua fala mais cedo, Cristina tinha antecipado que a reunião de Mendoza seria "histórica" porque colocaria em questão a instalação de "golpes suaves" na região, não sob o modelo de ditaduras, mas por movimentos que, com certo ar de institucionalidade, ameaçam a ordem institucional.

A presidente apontou que apesar de constituições da região contemplarem o julgamento político, são necessárias garantias para o devido processo e que ocorra mediante determinadas regras.

Cristina ainda ressaltou que mesmo que os presidentes da Unasul não sejam iguais em tudo, "todos reagiram da mesma forma, rejeitando este tipo de tentativas de ruptura da ordem democrático".

Nenhum representante do novo governo paraguaio, agora presidido por Federico Franco, participou da cúpula do Mercosul.

Venezuela

A Venezuela será incorporada ao bloco em cerimônia no Rio de Janeiro, em 31 de julho, disse Kirchner. O era o único país que vinha se opondo à entrada da Venezuela no bloco.

Mais cedo, em Assunção, Federico Franco disse que, se a suspensão paraguaia se confirmasse, o país iria buscar novos parceiros comerciais.

A eventual criação de um Tratado de Livre Comércio com a China, assim como medidas para enfrentar os efeitos da crise europeia, são outros temas abordados pelos chanceleres do Mercosul.

Além da governante argentina, participam da reunião em Mendoza os presidentes do Brasil, Dilma Rousseff, Uruguai, José Mujica, Peru, Ollanta Humala, Bolívia, Evo Morales, Chile, Sebastián Piñera, Equador, Rafael Correa, e Suriname, Desiré Bouterse. Os outros países-membros (Colômbia, Venezuela e Guiana) estão representados por chanceleres e outros altos funcionários.

 

Com G1

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