O navio luxoso Sky Wonder com 1.600 passageiros a bordo -a maioria brasileiros em férias- está encalhado no meio do rio da Prata, na Argentina, desde o início da noite de ontem. A viagem de uma semana entre Buenos Aires e Punta del Leste, no Uruguai, custou até US$ 1.680 por pessoa na cabine mais luxuosa do navio , fretado pela empresa CVC.
Passageiros que escreveram e-mails ao G1 descrevem momentos de tensão, do incômodo para dormir por causa da inclinação do navio e reclamam da falta de informações.
A CVC diz que não há risco para os passageiros nem danos na estrutura do navio.
O plano de resgate previa a retirada dos passageiros ainda nesta quinta-feira (18) com a ajuda de pequenas embarcações. Eles passariam o dia em Buenos Aires e retornariam ao Sky Wonder de noite, quando este já estivesse desencalhado.
No entanto, as autoridades portuárias argentinas não autorizaram a saída dos passageiros, alegando que não há risco nenhum, e a saída poderia provocar um tumulto ainda maior. Neste momento os passageiros continuam a bordo. Uma passageira entrou em contato por e-mail com o G1 para narrar o que ocorre dentro do Sky Wonder. A paulistana Daniela Fechio, de 31 anos, diz que o navio saiu de Buenos Aires às 18h30 de ontem (quarta-feira) rumo a Punta del Leste, no Uruguai.
"Percebemos que estávamos encalhados por volta de 20h, mas nenhuma informação foi dada até as 23h. Foi neste momento, durante um show de tango, que a sra. Thais Sanchez (diretora do cruzeiro) nos disse que devido ao tempo ruim não tínhamos autorização para navegar e que em no máximo 90 minutos sairíamos", descreve Fechio.
Ela conta ainda que não dormiu durante a noite por causa da inclinação do navio e do barulho. Na manhã de hoje (quinta-feira), houve um novo comunicado da sra. Sanchez. "Ela anunciou pelo interfone aos passageiros que devido ao forte vento e correntes marítimas a parte dianteira do navio está encalhada na lama, mas que isto não representa perigo aos passageiros."
Fechio reclama, em seu e-mail, da falta de informações. "Quase 12 horas depois de encalharmos a primeira manifestação era de notícias velhas. E nenhum plano de ação foi divulgado. Estamos em clima de especulação. Ninguém sabe como sairemos daqui. Estamos todos bem, há comida, água, música, TV, mas estamos sem informação."
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