Luxo dos traficantes mexicanos é exposto em museu

O Museu Militar Del Enervante, na Cidade do México, tem em exposição armas, jóias e outros objetos de luxo dos chefões do tráfico de drogas. No museu, que fica na Secretaria da Defesa Nacional Mexicana, tem uma pistola com 121 pedras de brilhantes, que pertenceu ao traficante Estanislau Olmos.

Cerca de duas dezenas de armas douradas, algumas com mais de cem pequenos diamantes na culatra e outras com os nomes de traficantes, como, por exemplo, "O Matador" e "O Embaixador", gravados nos estão expostos.

Segundo o Coronel Osvaldo Pimenta de Figueiredo, da Polícia Militar do Brasil, “o traficante procura colocar, principalmente, na arma a sua personalidade, sua forma de pensar e agir, mas em alguns casos é apenas uma forma de ostentar o poder e a glória que imagina ter”.

“Nem todos os traficantes podem ter uma arma assim, não porque custa de US$ 20 mil e US$ 30 mil (o preço de dois quilos de cocaína, aproximadamente), mas porque depende do respeito e da categoria que tenham conquistado”, explica o Coronel Osvaldo Pimenta de Figueiredo.

Nas armas existem gravuras de animais selvagens e jóias de luxo, como ouro, brilhantes, rubis, esmeraldas, marfins, motivos alusivos a personagens históricos e decorações artísticas.

O luxo da narcocultura está presente em todo o tipo de objeto apreendido com os traficantes, como um aparelho de telefone celular em ouro, que pertenceu a Daniel Pérez Rojas, "El Cachetes", do grupo Los Zetas, braço armado do Cartel do Golfo.

A identificação dos membros do tráfico, como uma moeda de ouro, com um Z gravado, também faz parte do acervo. Ao lado dessa moeda estão os óculos de sol Christian Dior com hastes douradas de Benjamín Arellano Félix, "El Tigrillo", ex-líder do cartel de Tijuana, preso nos Estados Unidos.

Pendurado na parede está o chapéu branco de "El J.T.", Javier Torres Félix, operador do Cartel de Sinaloa. O museu guarda ainda armamento com menos ornamentos que as pistolas de ouro, porém mais mortífero, como uma AK-47, espingarda de assalto por excelência do crime organizado.

Há também uma metralhadora antiblindagem e uma AR-15, armamento muito utilizado pelos traficantes. Essa é a parte mais colorida do recinto, criado pelo Exército Mexicano em 1985 para ajudar no combate às drogas no México, onde Estão os traficantes mais poderosos das Américas.

Apesar de não ser aberto ao público, o museu tem um objetivo didático para os próprios militares e para a formação de profissionais como advogados e criminologistas. Em suas salas estão detalhadas todas as ações do Exército na luta contra as drogas e continuamente chegam objetos e fotografias de detenções e confiscos.

Uma das aquisições mais recentes é uma cuba para processar drogas sintéticas encontrada no maior laboratório de droga desmantelado no Mexico, localizado nas montanhosas de Las Trancas, em Durango, parte do "triângulo dourado das drogas" do México, um pequeno povoado onde o Cartel de Sinaloa fabricava 100 quilos de cocaína por dia.

No museu também existem as mensagens enviadas aos soldados pelos traficantes, pedindo para não destruírem as plantações de papoula e de maconha. "Senhores soldados, suplicamos que não estraguem esse trabalho. Se quiserem deixem um bilhete com os seus pedidos, faremos um trato e tudo será resolvido", diz uma das mensagens.

Até os métodos usados pelo tráfico para transportar a droga estão expostos, como as "mulas" humanas, bonecos e vasilhas de leite.

ANTONIO CARLOS LACERDA

PRAVDA Ru BRASIL

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey