A crítica de Teatro Barbara Heliodora participa do Programa Bate-Papo com o Autor no Centenário da Academia Mineira de Letras Autografando o livro: Por que ler Shakespeare
Dia 5 de maio, às 19:30h. Rua da Bahia 1466.
Entrada franca. Informações: 3222-5764
Os primeiros 50 livros serão vendidos ao preço especial de R$ 5,00
Festejada como a maior crítica de Teatro do Brasil na atualidade, Barbara Heliodora participa do Projeto Bate-Papo com o Autor, dentro das comemorações do Centenário da Academia Mineira de Letras, dia 5 de maio, às 19:30h.
Crítica, ensaísta, professora e tradutora, Barbara Heliodora acompanha a atividade teatral desde os anos 60, e é especializada na obra de William Shakespeare. Iniciou sua carreira em 1958, como crítica teatral da Tribuna da Imprensa. De 1958 a 1964 assina a coluna especializada do Jornal do Brasil, exercendo considerável influência graças à seriedade, ao rigor e à erudição dos seus artigos. Tem uma posição de destaque no esforço de modernização da crítica teatral carioca desenvolvido pelo Círculo Independente de Críticos Teatrais, do qual é um dos líderes.
Afasta-se da crítica para assumir, de 1964 a 1967, a direção do Serviço Nacional de Teatro, SNT. A seguir dedica-se basicamente ao ensino. É professora de história de teatro no Conservatório Nacional de Teatro e, posteriormente, professora titular da mesma disciplina no Centro de Letras e Artes da Uni-Rio, do qual é decana até a sua aposentadoria, em 1985. Ministra cursos de pós-graduação na Universidade de São Paulo, USP, onde defende, em 1975, tese de doutorado intitulada A Expressão Dramática do Homem Político em Shakespeare, posteriormente transformada em livro. Publica também Algumas Reflexões sobre o Teatro Brasileiro, 1972; Falando de Shakespeare, outro estudo sobre o autor, 1997, e Martins Pena: uma introdução, 2000. Em 2004, Barbara lança "Reflexões Shakespearianas".
Dedica-se intensamente à tradução, figurando entre os seus trabalhos nesse campo muitas peças de William Shakespeare, tais como A Comédia dos Erros, Sonho de uma Noite de Verão, O Mercador de Veneza, Noite de Reis, Romeu e Julieta, César e Cleópatra, Rei Lear, entre outras; O Cerejal e A Gaivota, de Anton Tcheckov, Bodas de Fígaro, de Beaumarchais, Testemunha de Acusação e outras peças, de Agatha Christie; e os livros de teoria teatral O Teatro do Absurdo, A Anatomia do Drama, Brecht: dos males o menor, todos de Martin Esslin; Método ou Loucura, de Robert Lewis; e mais outro estudo sobre seu tema mais assíduo, Shakespeare, de Germaine Greer.
Em 1986, volta a exercer a crítica jornalística na revista Visão, passando depois a jornais e estabelecendo-se em O Globo. Na década de 90, volta a lecionar no curso de mestrado em teatro da Uni-Rio. Barbara Heliodora é, reconhecidamente, a grande autoridade nacional em William Shakespeare, tendo representado o país em congressos internacionais e publicado ensaios em renomadas revistas estrangeiras, tais como o Shakespeare Survey, editado na Inglaterra.
A pesquisadora Maria Inês Barros de Almeida dá um perfil do paradoxo que a crítica e teórica provoca no panorama teatral: "Barbara Heliodora é a crítica mais influente do teatro carioca. À sua opinião, rigorosa e durona, atribuem o poder de fazer e desfazer espetáculos. Pela gente de teatro é discutida, temida - já foi alvo de confrontos e desafios de diretores inconformados. A sua fama como colunista de jornal, portanto, ultrapassa outro aspecto da sua vida cultural, a que se dedica com igual intensidade. Estou me referindo à comunicação direta com o público, em salas de aula, em ensaios de textos dramáticos, em conferências, enfim, na constância com que dissemina cultura, convivendo com grande número de pessoas e atendendo-lhes à curiosidade e ao desejo de saber. É aí que aparece a Barbara mestra, madrinha dadivosa, flexível, exuberante, que conquista os espíritos e as mentes e, pelo prazer didático repartido, comunga com as platéias. Neste papel, tenho observado, Barbara Heliodora conquista a todos que a conhecem. É uma unanimidade".
O livro: Por que ler Shakespeare é de autoria da mais renomada especialista brasileira no bardo de Stratford, Barbara Heliodora. Outro motivo por que ler este livro é a existência de uma lenda persistente sobre o fato de a existência de Shakespeare ter sido uma lenda... Daí a autora refutá-la seguindo outros especialistas renomados em sua síntese biográfica (Um retrato do artista), apoiada no Ensaio de leitura, que se inicia com a descrição (incluindo ilustrações) do teatro elisabetano, de cuja consolidação Shakespeare participou como autor e homem de teatro.
Trecho do Livro: Quando Shakespeare chegou a Londres, por volta de 1588, seus antecessores haviam criado várias formas dramáticas, com formas livres nascidas da mistura de gêneros; e o jovem autor mergulhou naquele excitante universo teatral experimentando todos os gêneros que andavam fazendo sucesso, talvez no simples intuito de dominar o instrumento ideal para seu talento. Não há cronologia exata das obras de Shakespeare, e, para fazer notar sua evolução em forma e conteúdo, as peças são aqui divididas em grupos cujas características comuns configuram determinada etapa. Os temas favoritos de Shakespeare aparecem desde o início, mas o tratamento se aprofunda à medida que ele amadurece como pessoa e como artista.
Petrônio Souza Gonçalves
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