Olhai antes as moscas e deixai passar os camelos…

Ninguém nos encomendou o sermão… até porque não somos católicos, nem protestantes ou evangélicos. Temos todavia Jesus Cristo como nossa referência ética e moral. E é em nome desta, por dever de consciência, que entramos na liça do chamado “casamento gay”.

Alguns dos temas actuais são como as “moscas”... São lançados à opinião pública simplesmente para confundir, dividir e distrair o vulgo dos reais problemas da sociedade. Os “camelos”, que representam aqui a realidade, que confrontamos no dia-a-dia, não são para ser vistos. E não o são, não porque a nomenclatura que nos governa esteja distraída, mas porque as “moscas” servem melhor os obscuros desígnios do Poder Oculto Internacional de que é cega seguidora. Daí que a discussão pública das chamadas “propostas fracturantes”, que têm vindo a lume como “grandes” causas sociais, de ingente justiça, sirva como uma luva para afastar a opinião pública dos problemas que importaria de facto discutir.

É certo que a “mídia” fala da crise económica e muito, mas só pela rama, para iludir o problema e cansar a opinião pública. Esta é aliás outra forma de manipular e condicionar aquela. Para além do aspecto ideológico, na verdade, por trás de cada um dos temas fracturantes, esconde-se uma teia de interesses políticos e económicos internacionais, que se apresentam dissimulados em causas aparentemente inocentes e nobres. Tanto que os movimentos e as ONGs que as veiculam, são financiadas discretamente por Fundações patrocinadas pela Oligarquia Internacional, como a Ford Foundation e a Rockeffeler Foundation, só para citar estas, que perseguem há muito o domínio dos povos. Tais organizações contam inclusivamente com o apoio financeiro “discreto” dos Estados, que evidentemente o retira dos bolsos do contribuinte. A Câmara Municipal de Lisboa, por exemplo, tem patrocinado eventos gays, embora o dinheiro falte para acudir problemas da cidade mais conforme com os anseios da sua população. A manobra está tão bem urdida que muitos dos seus colaboradores, cremos, nem sequer têm a mínima consciência que são instrumentos de um plano geral que visa, em última análise, a servidão dos povos. Veja-se, por exemplo, o testemunho de Frances Kissling, activista pro-aborto, que numa entrevista, manifestou as suas dúvidas quanto às boas intenções de tais patrocinadores financeiros. Há que ressaltar, contudo, que existem organizações não governamentais sérias, porém não neste âmbito.

Na nossa juventude, o homossexualismo era assunto tabu, hoje, além de tolerado (ainda bem), está prestes a impor-se como um comportamento obrigatório… Traduza-se: “natural”. Transformou-se num movimento político com poderosos apoios internacionais, e tem vindo a afirmar-se como uma espécie de doutrina política com laivos de jurisprudência, reclamando a dignidade por decreto, como se tal, por força da lei, pudesse ser adquirido. Certa esquerda, que decididamente parece ter abandonado a defesa do Trabalho, que era a sua grande causa quando militava na clandestinidade e ou na oposição, é agora a principal obreira da promoção do chamado “casamento gay”, resolvendo dedicar-se a tal minudência, talvez porque tenha consciência que o seu projecto social faliu.

O homossexualismo é de facto uma manobra deletéria e de diversão com claros objectivos políticos. O nosso socrático 1º. Ministro José Sócrates, um dos principais promotores internos do chamado “casamento gay”, recomendou recentemente aos portugueses, em entrevista televisiva, o filme “Milk”. Trata-se da história de um gay norte-americano que decide seguir a carreira política, tendo sido eleito para um cargo público em São Francisco. O seu protagonista, o actor Sean Penn, um gay assumido (ainda bem), não se coibiu de defender o “casamento gay” no momento em que foi premiado pela Academia. Interessante referir o seu subtítulo em português, “A voz da Igualdade”, não é de todo inocente… Os illuminatis sempre escondem os seus objectivos por trás de belos conceitos, de que a “igualdade” é talvez o mais fantasioso engano publicitado entre as massas, propagado desde a Revolução Francesa como grande promessa da Democracia, mas nunca concretizada, pelo simples facto de que cada homem é tão diferente do outro, como a infinitude de combinações possíveis do nosso ADN. Na mesma ocasião que aconselhou o filme, teve o nosso chefe do governo o desplante de referir que os direitos dos gays em matéria de casamento são há muito reconhecidos nos países da Europa mais evoluídos, para deixar perceber que Portugal não pode ficar atrás… Devia ter juízo porque o que é bom para os outros, pode não ser bom para nós. Mas esta é outra forma que os seguidores caninos da Globalização Cultural e não só, se servem para justificar toda a sorte de importações sem olhar para os prazos de validade da mercadoria… e se de facto a maioria dos portugueses as querem comprar...

Não é todavia a primeira vez que Hollywood produz uma película sobre o tema gay. Em 2006, lançou “O Segredo de Brokeback Mountain”, uma estória escabrosa de “amor” entre dois cowboys. É evidente que a produção hollywoodesca tem também outras motivações... Não sejamos ingénuos. Para além dos fins comerciais, os magnatas do cinema perseguem também objectivos políticos de controlo das mentes, que é afinal a alma do seu negócio… Mas não apenas servem os filmes. O marketing do movimento gay se espraia tambémnas telenovelas, onde não falta um “caso” de “amor homossexual”, na “mídia” e na literatura, que se esforça por apresentar o problema com uma dimensão social maior que a minoria representada, como se tal fosse um problema de todos. Toda esta visibilidade de um problema tão específico de uma minoria, só tem um propósito: sustentar a panóplia de argumentos de uma campanha política e ideológica, insidiosa, contra a nossa tradição cultural e religiosa, que tem na família o principal alvo a abater. Veja-se como a preocupação com o chamado “casamento gay” está no sentido inverso do casamento tradicional, quando com a lei do divórcio se reduz este a uma mera união de facto, em que qualquer dos conjugues pode renunciar ao matrimónio unilateralmente… Ora, perante tanta orquestração, não me digam que aí não há coisa…

Na campanha a favor do chamado “casamento gay”, temos observado que se confunde deliberadamente ou por ignorância o homossexualismo com a homossexualidade. Aliás, também se confunde o termo “casamento” com uma qualquer união, embora no dicionário, da Porto Editora, 6ª. Edição, se possa ler: “Contrato celebrado entre duas pessoas de sexo diferente que pretendem constituir legitimamente família mediante uma comunhão plena de vida”. Mas como já ouvimos, “se no dicionário apenas diz entre pessoas”, então até é legítimo o “casamento gay”… como se o problema fosse apenas do domínio da semântica. A distorção dos conceitos é também uma das características do pensamento dos illuminatis. Sofrem de um revisionismo endémico e por isso estão sempre a tentar alterar os conceitos e a propor novos, evocando a necessidade (a deles) de adequação ao “espírito da época”, também por eles artificialmente criado.

O homossexualismo tem a ver com a prática sexual entre indivíduos do mesmo sexo, sendo nesse sentido um comportamento desviante, enquanto a homossexualidade corresponde à natureza de um indivíduo que apresenta uma disposição homossexual, não significando que não possa relacionar-se com uma pessoa do sexo oposto e dessa relação, possa ter filhos. Até porque anatomicamente não são diferentes dos heterossexuais e os órgãos reprodutores, tal como nestes últimos, produzem gâmetas (células sexuais reprodutivas). A ciência médica porém não tem ainda certezas quanto à origem do problema, ou seja, se se trata de uma doença genética ou psíquica. Seja o que for, a verdade é que a educação e o meio podem potenciar qualquer comportamento desviante, e não apenas o homossexualismo.

Desmond Morris, zoólogo e etólogo britânico, autor de “O Macaco Nu”, observando os primatas em cativeiro, isolados ou em grupo, concluiu que estes têm comportamentos sexuais que habitualmente não têm quando vivem no seu habitat natural. Num ambiente privado de liberdade, praticam frequentemente o onanismo. E quando na presença de outro igual, têm a tendência para a penetração anal, sobretudo se se tratar de um macho alfa. Se nos é permitido, podemos extrapolar estes comportamentos para o homem, quando se encontra nas mesmas circunstâncias. Evidentemente que a “jaula” humana, onde muitos se sentem encerrados, não é de aço, mas feita de muitos muros invisíveis... construídos sobretudo pela cultura urbana. Daí tantos problemas do foro psíquico. Nesse sentido, o homossexualismo pode ter uma origem psíquica. Então, se assim é, os homossexuais merecem a nossa compreensão e apoio para que sejam tratados. Mas este lado da questão não é abordado nem por aqueles que se servem dos gays com objectivos políticos, nem pelo movimento gay, apostado como está em impor uma (a)normalidade por decreto, evocando o direito a uma Discriminação Positiva em matéria de casamento civil. É aqui que a porca torce o rabo...

Evidentemente que os homossexuais são cidadãos com os mesmos direitos que quaisquer outros. Até é um grave equívoco quem julgar que para melhor defesa deste grupo humano se crie legislação especial. Se vamos por aí, qualquer dia também teremos que olhar pelos anões, coitados, porque se calhar a Constituição não os considera como cidadãos de pleno direito… Pensamos que hoje poucos ousarão discriminar socialmente uma pessoa em virtude da sua orientação sexual. Isso apenas diz respeito ao próprio e pertence ao foro íntimo de cada um, o que não significa que toleramos a falta de decoro em público. Porém o movimento gay, da forma como se comporta, usa precisamente a falta de decoro, nas palavras e nos gestos, para se afirmar junto da sociedade e afrontar os valores éticos que estão na origem da nossa cultura judaico-cristã. Sabemos que a seguir iremos ser condenados por esta afirmação. Assumimo-la na convicção que muitos homossexuais também não gostam do exibicionismo acintoso de alguns dos seus pares. Como também nós, que não temos esse problema, não gostamos de nos exibir sexualmente em público. Somos animais, mas acima de tudo, somos racionais, pelo que esta condição nos impede, graças a Deus, de agirmos segundo o nosso instinto. Os cães é que copulam à vista de todos…

O chamado “casamento gay” constitui assim um acinte aos nossos costumes, cuja defesa não tem rigorosamente a ver com um direito intrínseco dos cidadãos. O casamento em si não é nem um direito, nem um dever, mas uma união entre sexos opostos, na base do amor, aceite pelas partes para construir uma vida em comum. Evidentemente que ao longo do tempo, o matrimónio teve que ter um ordenamento jurídico, sobretudo a pensar nos filhos, protegendo-os dos eventuais desvarios dos pais. Mas os homossexuais não poderão estabelecer uma união? Claro que podem e até o fazem, sempre o fizeram, sem precisar da lei. Até podem casar com pessoa de sexo oposto, já que têm no sítio os mesmos órgãos sexuais dos heterossexuais. Porquê então esta fúria casamenteira para os gays, enquanto tudo se faz para descredibilizar o casamento tradicional?

Artur Rosa Teixeira

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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