Tendo andado 36 anos daquele acidente aéreo uruguaio na Cordilheira dos Andes chilenos em 1972 o escritor uruguaio Pablo Vierci casado com uma carioca, tendo morado 10 anos em São Paulo e com filhas com dupla nacionalidade, mostra para o mundo a versão oficial de cada um dos dezesseis amigos e sobreviventes que sofreram, resistiram e voltaram daquele pesadelo nas cimeiras da Cordilheira na hora que os projetos de vida de todos começavam gatinhar.
Um avião da Força Aérea Uruguaia transportava um time de jogadores de ráguebi uruguaio que iam jogar uma partida de confraternização em Chile perante os anfitriões.
O azar fez com que uma das asas do avião batesse contra a montanha e Deus quis que dezesseis pessoas sobreviveram nessa tragédia que por inúmeras situações foi marcante para o mundo todo.
O escritor Pablo Vierci, ex aluno do Colégio Old Christians ( www.stellamaris.edu.uy ) e amigo de todos eles decidiu montar o quarto livro desta história com mais uma estação na corrida da vida e o jornalista coordenador de imprensa do Canal 12 de Montevidéu Alfonso Lessa ( www.teledoce.com ), foi apresentador no lançamento do livro nesse Colégio no qual eles viveram sendo crianças, moleques e encaminhavam-se para sua vida adulta.
Faz alguns anos que o programa «Debate Aberto» de Canal 10 ( www.canal10.com.uy ) de Montevidéu chefiado pelo jornalista Gerardo Sotelo acabou fazendo famoso o Vierci no ambiente da tevê mostrando a cara dele na telinha.
PRAVDA: O livro « La Sociedad de la nieve» que poderíamos traduzi-lo como a «Parceria com a neve» é mais um livro nesta história?
VIERCI: Acredito que o livro « La Sociedad de la nieve» não é mais um livro senão o quarto episódio desta história. Tendo «envolvido» os 16 sobreviventes houve apenas dois livros, o primeiro «Viven» (Vivem) narrado assim que o acidente aconteceu e publicado um ano depois, ou seja em 1973 sendo que a turma acabou narrando para o escritor britânico, Piers Paul Read e ele escrevendo logo uma crônica com muitos detalhes daquele fato.
Logo chegaram mais dois livros autobiográficos, do Carlitos Paez e do Nando Parrado mas tivemos que esperar 36 anos para que os 16 narraram cada um deles, com a panorâmica dos anos que já passaram, o que aconteceu na montanha o como foi a vida após esse evento marcante. Essa narração é « La Sociedad de la nieve», aonde é bem mais importante aquilo que faz a alma tremer, aquilo que desloca as estruturas daquele que aproxima-se na história, aquele que aproxima-se no livro, tentando que consiga arrumar aquilo tudo e no final, caindo na real e atingindo o evento com facho diferente, que o simples relatório dos fatos que ocorreram em 1972.
P: Pablo, é mesmo amigo de todos eles? Ficaram amigos na neve sem voltar?
V: Com certeza!! Compartilhei o Ensino primário e secundário no Colégio Stella Maria Christians Brothers, dos Frades Cristianos Irlandeses, o bem mais conhecidos como Christians Brothers, que foram a grande maioria daquela turma que viajou no avião rumo á Chile e que tinha sido alugado pelo Clube dos Ex-Alunos do Colégio.
No meu caso fui parte da geração intermédia, compartilhando aulas com o Nando Parrado. Por enquanto, pode ter certeza que fui amigo, colega do colégio e esportes sendo crianças e moleques da grande maioria dos sobreviventes, aliás, de muitos que infelizmente ficaram na montanha, incluindo um grande amigo da minha geração.
P: Porquê intitularam o livro com esse nome? Foi mesmo uma «parceria» perfeita assinada sem caneta para sobreviver?
V: Saiba que estou envolvido com este fato desde o início. Colaborei com o Parrado no decorrer de um período de tempo que o Nando teve o desejo de narrar a história em 1973, logo chegaram inúmeras matérias jornalísticas, tentando descobrir aquele enigma do que acabou acontecendo no passado pois eu sempre soube que não foi mais um acidente.
Na hora da lembrança dos 30 anos do acidente, acabei escrevendo uma matéria para o Jornal montevideano «El País» (O Pais) ( www.elpais.com.uy ) segundo o olhar daqueles que tinham ficado lá, como se eles tivessem montado aquela matéria, intitulando-a assim: «Nós, os outros». Estes diferentes olhares tendo transcorrido tanto tempo, fizeram que acabasse descobrindo que aquele dia 13 de Outubro de 1972, na hora que caiu o avião no «Vale das Lágrimas» no seio da Cordilheira dos Andes, um turma experimentou um acidente mas essa turma tornou-se um time que logo «monta» uma parceria. Mas é importante levar em consideração que trata-se de uma parceria diferente a todas até agora e que der para imaginar no futuro.
Pois perdidos, contornados e até poderíamos dizer sitiados nessa extrema solidão, muito longe da «sociedade dos vivos», do jeito que eles a reconhecem, montam uma parceria padronizada pela misericórdia, pela convicção que os nossos limites ficam mais longe daqueles que poderíamos imaginar, por enquanto, estão em nossas mentes, acreditando que tudo quanto é adverso é em si próprio parte da salvação, pois temos que lutar a cada dia, 30 graus embaixo do zero, sem oxigênio, nesse ambiente inorgânico, sem conhecer o resultado e como encerramento deste conceito, trata-se de uma parceria na qual a vida e a morte não acabam sendo antagônicas.
Na minha opinião, isso aí acaba mostrando o queé a «Sociedad de la nieve»: O convívio da vida e da morte nessa pequena porção da fuselagem, só alguns metros quadrados, que no início compartilham 27 vivos, logo 19 e acabaram 16, se roçam e não existindo confrontos, fazem mudar o sentimento do leitor, acaba dando uma de «dobradiça» aprofundando as perguntas sob o essência de todos nós.
Esta é uma das respostas para este fato, 36 anos depois, que é um grande imã no mundo inteiro, seja qual for o grau cultural, fazendo um corte transversal entre diferentes gerações.
Nesta «parceria com a neve» reflete-se que na hora que o homem fica perdido, isolado, não surge o bafo da besta selvagem senão o oposto, o homem terno e digno.
P: Por quê decidiu escrever o livro agora, sua maturidade na faixa dos vinte foi uma barreira para concretizar essa tarefa naquela época?
V: Eu e inúmeras pessoas da minha faixa de idade, que é a mesma do Nando Parrado, faz muitos anos que tínhamos uma dúvida. Quando todos eles vão falar da história, vestidos de «eu» tendo a perspectiva do tempo passado, querendo saber o que aconteceu fora das anedotas? No meu caso, essa dúvida da hora na qual poderíamos narrar o assunto, o instante preciso, convive comigo faz muitos decênios. Meu sentimento foi sempre que a esse tal instante ainda não tinha chegue pois cada um dos membros dessa turma amiga tinha seu próprio «timing». Este segundo livro no qual fazem parte os dezesseis teriam que participar todos. Tenho certeza que um fato deste tamanho assim não pode ser narrado, nem sequer compreender todas as visões apenas algum tempo depois de ter acontecido. Não tem jeito, é preciso deixar acontecer na cabeça de cada um deles sem fazer esforço. Também sabia que não poderia esperar muito tempo pois eu poderia morrer e até os próprios destaques.
Faz muito tempo que faço essa pergunta. Quando? Faz quatro anos que acho fiquei bem mais perto dessa tal resposta na hora que acabei escrevendo, sob pedido da Diretoria do Stella Maris, o livro do primeiro meio século do Colégio, percebendo que o Capítulo dos Andes e marcante e divide o livro antes e depois desse fato. Participamos do lançamento do livro, a grande maioria dos sobreviventes e eu, tendo sediado o evento, no mesmo ginásio esportivo no qual aconteceu aquele primeiro encontro deles com amigos e parentes depois do acidente, o dia 28 de Dezembro de 1972.
Foi nesse instante que fiquei extremamente perto da dúvida que andou sempre de manos dadas comigo, pois eu posicionado como leitor, tinha a urgência de progredir nesse enigma e também tinha certeza que todos aqueles que tiveram interesse nesta história, seja qual for seu lugar no mundo, também ficavam no aguardo da resposta. E no final, o instante chegou, todos nós combinamos e acabou nascendo a «Parceria com a neve», livro que foi montado no decorrer de 36 anos.
P: O lançamento do livro aconteceu pois os dezesseis confirmaram que todos eles iam participar com comentários próprios daquilo que aconteceu?
V: Foi desse jeito assim. Achei sempre que este segundo livro que ia falar por fora dos fatos, teria que ser narrado pelo próprio punho dos dezesseis. Só dessa forma poderia compreender-se e inserir ao leitor nessa «parceria com a neve».
Um outro item fundamental para mim foi viajar até o lugar do acidente, e ficar aí. Trata-se de um lugar incrível e mesmo que gera terror, a cada instante. Acabei concretizando esse alvo em Março de 2006 junto com mais quatro sobreviventes.
P: Como ocorreu seu dia-a-dia em Montevidéu no decorrer daqueles 72 dias?
V: Fui parte daquele ambiente dos mais próximos dos desaparecidos dos Andes. Acho que vários amigos desse ambiente participamos de inúmeras conversas tendo como alvo o acidente e todos nós concordamos que houve uma fratura á partir desse fato. Eu tinha completado 22 anos e num piscar de olhos soube que aquilo que era verdade e sólido, não era assim nem por acaso. Que aqueles que na juventude achei não iam morrer jamais, infelizmente também tinha como destino o cemitério.
Soube de forma cruel e impossível de imaginar, que as certezas moravam muito longe de nós.
P: O que fica naquele ponto da batida do avião? Hoje é parte de um Roteiro Turístico? Qual foi seu palpite na hora de alcançar o alvo?
V: A grande maioria dos que atingem aquele alvo em busca de uma resposta possível, logo de dois dias escalando a montanha «pilotando» um cavalo, não permanecem á noite lá, aliás, voltam para o ponto conhecido como «El Barroso» descendo mil metros, porque no Vale das Lágrimas, que é o lugar preciso, no epicentro da Cordilheira, no lugar exato no qual o avião acabou caindo, nem sequer os eqüinos conseguem ficar pois ficam congelados. O sentimento que exprime ficar três dias lá nesse lugar é que o impossível e o possível perdem realidade. Aí tudo é impossível, é impossível respirar, caminhar, imaginar como conseguir ultrapassar aquela parede imensa que parece ficar aparafusada e que impede olhar o Oeste. Até que um dia descobre que aí, no Vale das Lágrimas, o possível e o impossível perderam a divisa e só pode falar naquilo que é impossível.
P: Tendo viajando até o lugar do acidente com muitos riscos na percorrida, como avalia essa força do Nando Parrado, Roberto Canessa e no início Antonio Vizintín?
V: A travessia do Nando, Roberto e Tintín, alcançando a cimeira da montanha... e logoNando e Roberto, fazparte intrínseca dessa «parceria com a neve». É uma história quase sem fim, 72 dias. Acontece uma parceria por causa disso. Não trata-se de uma noite de tragédia como o «Titanic». Acho que a travessia final dos três escaladores e logo na fase final os dois, é resultado dessa parceria marcada por princípios extremamente claros como a lealdade, oferecer tudo pelo amigo, ultrapassar as fronteiras dos próprios limites, tocar na frente sempre sem conhecer o resultado, ir á procura dos helicópteros pois eles nunca iam chegar na procura deles.
P: O relacionamento com o arrieiro Chile que encontrou o Nando e Roberto naquele riacho barulhento?
V: Visitei o Sergio Catalán na casa dele, na pré-cordilheira argentina no ano 2007. Do jeito que a turma fala, ele também é um sobrevivente pois seu padrão e muito diferente á esse que possui a sociedade tradicional. Um homem que deixou seu rebanho ao dispor dos pumas tentando ajudar pessoas que ele não conhece. Um homem incrível, leal, produto da montanha, um engrenagem dessa cadeia tão estranha e enigmática que une esta história toda, nesses 72 dias.
P: Conhecendo todos os sobreviventes antes do acidente, sem jogar o termo «maluco» acima da mesa, acham que as personalidades deles mudaram?
V: O objetivo do livro «La sociedad de la Nieve » é mostrar quem são hoje aqueles destaques e testemunhas daquela epopéia. É o leitor do livro esse que vai julgar se eles mudaram ou não. Caso tivessem mudado qual é a orientação que acabaram tendo as vidas deles.
P: O que você lembra na hora que a Rádio Carve ( www.carve850.com.uy ) começou informar a tabela de sobreviventes?
V: Todos esses são fatos que lembro com detalhes precisos, nem só pelo fato em si próprio senão tudo quanto acabou rodeando-o. Lembranças seletivas, às vezes lembrando tudo mas isso ocorre pois tudo quanto a gente consegue lembrar envolve com muita clareza grandíssimas emoções e junto com elas exprimem-se cheiros, a hora do dia, a facho de luz do sol dando um mergulho a traves da janela do meu quarto, e eu chorando e tremendo no entanto iam aparecendo os nomes dessa tabela, pensando naqueles que salvaram-se e aqueles outros que morreram.
P: Tem alguém neste mundo que ache que quatro livros do mesmo assunto é negócio mesmo tentando andado 36 anos?
V: Já tínhamos falado deste assunto mas acho que tem dois livros que envolvem os dezesseis sobreviventes e dois autobiográficos. Este segundo dos 16 era imprescindível, mas também era imprescindível deixar muitos anos passar. O fato de que algumas semanas depois do lançamento, apareça uma edição trás a outra, na Argentina e Uruguai, exprime que, do mesmo jeito que eles falam, estão retornando para o mundo todo uma coisa que não lhes pertence, que é apenas um empréstimo, por ter salvado suas vidas e de jeito especifico para que salvaram suas vidas.
P: Porque escolheram essa sede para o lançamento do livro?
V: Tem símbolos que são muito marcantes. Este fato está carregado de símbolos. O livro só poderia ter sido lançado nesse lugarzinho. Assistiram 850 pessoas além da imprensa do mundo inteiro pois tudo mundo percebeu que isso era um símbolo e ninguém estava querendo deixar de experimentar esse sentimento.
P: No final, regredindo no tempo pois este correspondente tinha apenas oito anos, minha pele arrepia-se mais uma vez pela lembrança daquela data marcante de um dia de dezembro no qual a imprensa uruguaia com extrema felicidade confirmava que dezesseis sobreviventes uruguaios que tinham sumido nos Andes chilenos o dia 13 de Outubro de 1972 voltaram sem o Fairchild F-227 mas com malas lotadas de «garra uruguaia» que fizeram possível aquele «Maracanaço da vida».
Na hora que o tempo começava esquentar em Montevidéu, a orla do meu bairro do peito Malvín vestia-se glamorosa e a areia e água do Rio da Prata e até a própria «Ilha das Gaivotas» convidava aos vizinhos curtir uma caminhada na hora do pôr-do-sol. A cada tarde, a vovozinha dos meus grandes amigos, Roman e Daniel Ruiz de Luzuriaga, proprietária da antiga e famosa «Clínica Dental Yaguarón», era uma das pessoas que gostava andar pela orla desde a Rua Yacó até o Cinema da Praia com os dois netos e eu que com as nossas bicicletas Liggie e Graziella dávamos uma de ciclista ultrapassando e ziguezagueando homens, mulheres, outras crianças e cachorros na procura do número um no pódio virtual.
Foi a hora de voltar para casa. Primeiro trecho do retorno: O cruzamento da orla. Sempre difícil pois nessa hora os carros voltavam desde a região comercial da Cidade Velha e o Centro para Malvín, Punta Gorda e Carrasco e os faróis não existiam. Logo subindo dois quarteirões pela Rua Yacó atingindo a Praça Fabini e assim que a Avenida Rivera ficava perto e a turma começava andar pela Rua Candelaria, (Rua Yacó do outro lado da Pracinha), Nené, a mãe dos meus amigos que correndo e chorando desce pela Av. Rivera pegando Candelaria rumo á orla querendo compartilhar sua grande alegria conosco, que por incrível que pareça já estávamos pertinho e tanto.
Logo vieram os comentários com emoção que ninguém conseguia entender.
Ela falou assim: Encontraram-nos!! Encontraram-nos!!
O quê está falando minha filha? Falou a vovozinha.
A Nené voltou dizer: Encontraram-nos, encontraram-nos...os carinhas do acidente?
Houve mais uma pergunta de nosso lado. Qual acidente?
E mais uma vez a Nené disse: O acidente, o acidente dos Andes...são dezesseis sobreviventes, são dezesseis!!! Sempre sem parar de chorar.
Foi aí que caiu a ficha e todos surpresos mas super felizes, segurando as bicicletas, iamos andando muito rápido uns 80 metros até o primeiro andar da Avemida Rivera 4642 para gozar e sofrer as notícias vindas do Chile e que como sempre nessa casa veiculazava desde o Jornal da Tevê «Subrayado» do Canal 10, o Omar De Feo.
Juro que não consigo me lembrar desse dia mas com certeza de jeito específico mas aquele careca cinqüentão talvez no eixo dos sessenta com bigodes e óculos,terá encerrado aquela data com o ditado de cada dia com o sorriso mais amplo que jamais tivesse imagino ia tirar na telinha.
«De nossa parte e de todas partes do mundo, isso foi todo hoje».
A Cordilheira dos Andes acabou encurvando-se perante aqueles futuros «Quero-Queros» do ráguebi uruguaio do decênio de 1970 que com fraque de «Leões» deram a batalha mais difícil da vida num jogo que acabou sendo de confraternização com a montanha, ensino e coragem pois só essa «parceria com a neve» conseguiu que alguns heróis ficaram lá para sempre e uns outros voltaram também para sempre para o convívio definitivo com a vida cisandina mesmo não esquecendo dela ainda hoje e voltando a cada oportunidade.
O Listão telefônico uruguaio desse 1972 tinha como capa uma foto do Obelisco tirada desde o Hospital Italiano...mais uma lembrança hoje, neste regredir constante.
É bom salientar que «Parceria com a neve» foi a nossa escolha quanto à tradução do nome do livro para o português, isso tentando apenas que os nossos leitores tivessem uma idéia do título mas fica claro que não é a tradução oficial do livro para o português que vai vir daqui a pouco. Quer chutar quanto ao nome, chute então meu amigo?
O preço do livro nas Livrarias de Montevidéu é de $ 380 (pesos uruguaio) traduzido para dólares americanos, no eixo dos 15.
Nas fotos : Pablo Vierci escritor
Turma: de esq. à dir. Antonio «Tintin» Vizintin, Pedro Algorta, Adolfo Strauch, Javier Methol, Jose Luis «Coche» Inciarte e Daniel Fernandez Strauch.
Pedro Algorta, Roberto Canessa, Alfredo Delgado, Daniel Fernandez, Roberto François, Roy Harley, Jose Luis Inciarte, Javier Methol, Alvaro Mangino, Carlos Paez, Fernando Parrado, Ramon Sabella, Adolfo Strauch, Eduardo Strauch, Antonio Vizintin e Gustavo Zerbino...
Obrigado Campeões da Vida!!!
Correspondente PRAVDA.ru
Gustavo Espiñeira
Montevidéu Uruguai
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