Albinos são mortos para feitiçaria

As pessoas albinas (pele sem pigmentação) que vivem na Tanzânia e em Burundi  estão correndo perigo de morte. Mais de 25 já foram assassinados desde o começo do ano para a prática de feitiçaria. Aqueles que acreditam nesta crença usam partes do corpo de albinos – braços, mãos, cabelo e pernas – para fazer 'poções mágicas para garantir juventude, riqueza e poder'.

A última vítima foi uma criança de seis anos que vive em Burundi. Ela foi atacada no último domingo e morta com um tiro quando pessoas armadas invadiram sua casa e amarraram os pais dela.

A menina foi a terceira vítima morta neste ano. O governador da região, Moise Bucimi, acredita que os assassinos possam ser da Tanzânia e pediu para que autoridades locais tomem providência. Os casos começaram neste ano e estão crescendo de maneira assustadora.

Há relato até de um homem que tentou vender sua esposa albina para contrabandistas. Duas mulheres foram atacadas e mortas por vingança depois que um grupo não conseguiu encontrar os filhos albinos delas. Entre os fregueses dos feiticeiros estão empresários locais, mineiros e pescadores.

Os albinos da Tanzânia pediram proteção especial para suas famílias. O presidente do país, Jakaya Kikwete, diz que está pressionando a polícia para identificar as residências dos albinos e oferecer proteção, mas há boatos de alguns policiais forma pagos para não continuar as investigações e encontrar os culpados.

Quase 200 pessoas já foram presas, mas nenhuma delas foi acusada de tráfico de órgãos. Segundo a associação de Albinos da Tanzânia, cerca de 4 mil estão oficialmente registrados no país, mas o número real pode ser de 173 mil.

Enquanto a polícia não encontra os culpados, as famílias ficam horrorizadas. As histórias de crianças que são arrancadas dos braços dos pais deixam todos com medo de sair nas ruas.

Há muito tempo há preconceito contra albinos na Tanzânia e em outras partes da África, mas os assassinatos e venda de órgãos para rituais macabros nessas proporções é um fenômeno novo.

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Author`s name Tatiza Kuruci
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