Sexta-feira calendário marca dia 13

“Sexta-feira” muitos só pensam no final de semana. Mas, o calendário marca dia 13. Para a dona-de-casa Tânia Camargo, de 34 anos, a data é de apreensão e de resguardo, como nos tempos de criança, quando sua avó sequer permitia que a família saísse de casa para trabalhar. Ela considerava o dia “amaldiçoado”.

Tânia diz trazer da infância as crendices que ainda a influenciam. “É resultado das histórias da minha avó e das coisas que eu via lá na zona rural. No campo acontece cada coisa...”, conta.

Alguns sinais da superstição de Tânia estão espalhados pela casa. Copos e panelas só podem ficar de “boca” virada para cima. O chinelo então, não pode, de jeito nenhum, ficar com a sola para o alto ou, segundo sua avó, pode “atrair defunto”.

A dona-de-casa diz que não consegue se controlar nem na casa de amigos ou familiares. “Ou eu peço para fazer ou dou a dica para que o dono da casa coloque os copos virados para cima e tome todos os cuidados. Não consigo entrar numa casa e deixar de reparar nessas coisinhas”, conta.

Tânia diz que algumas dessas regras até toleram flexibilidade, mas uma delas não deve ser descumprida durante uma sexta-feira 13: nunca, jamais, de forma alguma, manuseie facas nesse dia. “É tiro e queda! Se eu usar faca em sexta-feira 13, me corto em algum acidente. Já teimei duas vezes e acabei cortando as mãos e deixando cicatrizes”.

O temor de Tânia chega a tal ponto que na tarde de ontem ela já estava cortando as cebolas e as batatas que usaria no almoço de hoje, quando só serão permitidos garfos e colheres na cozinha. “Já adiantei as coisas ontem para hoje ficar sossegada”.

Crendices podem ocultar compulsões

A psicóloga Cátia Gonçalves explica que alguns hábitos tidos como superstições podem, na realidade, ocultar manias e, em alguns casos, até compulsões que podem chegar ao ponto de atrapalhar a rotina.

“Todos temos algumas manias, mas precisamos ver se não estamos passando do ponto. Quando o descumprimento de uma regra começa a nos incomodar, passa a ser preocupante”.

Cátia explica que qualquer um pode realizar pequenos testes de tolerância consigo mesmo. “Se você acha que algo pode te trazer azar, experimente fazê-lo de vez em quando. Desafie-se! Perceba também se você consegue ver uma pessoa fazendo algo que te contrarie e, ainda assim, suporta presenciar aquilo”.

De acordo com a psicóloga, os pequenos hábitos podem evoluir para quadros de TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), como no caso de pessoas que não conseguem pisar em linhas ou só comem porções de comida em números pares.

Para Elisabete, dia de sorte

Para Elisabete Ildefonso Alves, ter nascido em uma sexta-feira 13 é sinal de muita sorte. Isso não impediu, no entanto, que o parto tivesse seu momento “sobrenatural”.
Os pais de Elizabete contavam que apenas eles e uma parteira estavam na casa quando três fortes batidas foram dadas na porta do quarto. Ao abrí-la, o pai da criança nada viu. A família dizia que as batidas teriam sido dadas pelo espírito de Elisabete, que havia chegado. “Pelo menos, eu fui educada. Bati na porta do quarto antes de entrar”, diverte-se.

Supersticiosos todos são um pouco

Na tarde de ontem o BOM DIA fez uma experiência no Centro da cidade, colocando uma escada aberta em uma calçada na rua da Penha. O movimento de pedestres era grande e, mesmo sem que houvesse ninguém em cima da escada, uma pequena minoria aventurou-se a passar sob ela.

Durante alguns momentos, formou-se um congestionamento de pedestres no pequeno espaço deixado entre a escada e a parede. Apesar de existir um vão de mais de um metro e meio livre sob a escada, a maioria preferia esperar na fila. Mesmo após desviar da escada, muitos relutavam em assumir a superstição. "Não é que tenho medo de ter azar, apenas não gosto", tentou explicar o balconista Sidnei Campos, 25.
Origem do temor é incerta

A origem da crença de que na sexta-feira 13 coisas terríveis podem acontecer é incerta. Há quem diga que ela nasceu em 13 de outubro de 1307 (uma sexta), quando Filipe IV , rei da França, declarou ilegal a Ordem dos Templários. Muitos integrantes foram presos e até executados por heresia.

Outra vertente crê que Jesus Cristo teria sido morto em uma sexta-feira 13. Além disso, 13 pessoas teriam sentado-se à mesa durante a Santa Ceia.

Outra versão provém da mitologia nórdica e diz que a deusa do amor e da beleza era Friga e quando as tribos nórdicas e alemãs se converteram ao cristianismo, Friga teria sido transformada em bruxa. Como vingança, ela passou a se reunir com outras 11 bruxas e o demônio a cada sexta-feira para rogar pragas sobre os humanos.

Fonte Bom Dia Sorocaba

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Author`s name Derio Nunes
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