Filmes espanhóis na próxima edição do Oscar

Os filmes espanhóis "Volver", de Pedro Almodóvar, "Alatriste", de Agustín Díaz Yanes, e "Salvador", de Manuel Huerga, competirão para representar a Espanha na próxima edição do Oscar, na categoria de melhor filme estrangeiro.

Mercedes Sampietro, presidenta da Academia de Cinema da Espanha, revelou nesta sexta-feira os títulos dos trés filmes selecionados por uma votação. No próximo dia 28 de setembro, se conhecerá o eleito para ser apresentado na Academia de Hollywood.

"Volver" estreou em março com sucesso de público e crítica e começou a ganhar prémios no Festival de Cannes, que pela primeira vez concedeu um Prémio Coletivo de Interpretação Feminina para suas protagonistas Penélope Cruz, Carmen Maura, Lola Due с as, Blanca Portillo, Yohana Cobo e Chus Lampreave. Almodóvar também levou o prémio de melhor roteiro. O filme é uma tragicomédia sobre a morte, a infáncia, a solidão e a luta feminina que se desenvolve entre La Mancha, a cidade natal de Almodóvar, e um bairro da periferia de Madri. A produção foi distribuída no mundo inteiro e chegará aos EUA no próximo dia 3 de novembro.

Almodóvar, que já ganhou um Oscar de melhor filme estrangeiro por "Tudo Sobre Minha Mãe" e outra estatueta pelo roteiro de "Fale com Ela", encontra-se atualmente em Nova York. Porém, "Volver" tem um competidor forte em "Alatriste", protagonizado pelo astro Viggo Mortensen, que está batendo recordes de bilheteria na Espanha desde sua estréia, no final de agosto, com um público de quase dois milhões de espectadores em duas semanas de exibição.

Com 97 locações, 10.000 figurinos e um orçamento estimado em 24 milhões de euros, o filme - que começou a ser produzido há nove anos, baseado nas histórias do capitão Alatriste, do escritor Arturo Pérez Reverte - se tornou a maior produção cinematográfica espanhola.

Um sólido elenco, integrado por Juan Echanove, Javier Cámara, Eduardo Noriega, Unax Ugalde, Ariadna Gil, Eduard Fernández e Elena Anaya gerou, junto com o ator nova-iorquino, uma obra que abrange cinco livros e 30 anos da história da Espanha, em quase duas horas e meia de duração.

O terceiro concorrente, "Salvador", trata da morte do anarquista Salvador Puig Antich, o último preso político executado na Espanha por enforcamento, na prisão Modelo de Barcelona, em 1974. O filme, protagonizado por Daniel Bruhl, Tristán Ulloa, Leonardo Sbaraglia, Leonor Watling e Ingrid Rubio, com música de Lluís Llach, estreará nesta sexta-feira nos cinemas espanóis.

As indicações ao Oscar serão anunciadas em janeiro de 2007, e a cerimónia de premiação será no dia 25 de fevereiro.

A 31Є edição do Festival de Cinema de Toronto termina hoje com os filmes "Volver" e "Babel" como destaque, e com a decepção de superproduçães como "A Grande Ilusão". O filme "Amazing Grace", de Michael Apted, drama histórico sobre a luta para abolir a escravidгo no Reino Unido, fecha o festival no qual foram exibidos 352 filmes de 61 países, ao longo de dez dias.

O Festival de Toronto é considerado pelos críticos uma oportunidade para conhecer antecipadamente que filmes poderгo brigar pelo Oscar, em março de 2007.

Tanto o público como os críticos elogiaram os filmes "Volver", do espanhol Pedro Almodóvar; "Babel", do mexicano Alejandro González Iсarritu, e "O Labirinto do Fauno", do também mexicano Guillermo del Toro.

No caso de "Volver", os críticos reunidos em Toronto são unвnimes em apostar nesta história de morte e maternidade como candidata ao Oscar não só de melhor filme estrangeiro, mas para Almodóvar como diretor e Penélope Cruz como melhor atriz.

Para o crítico Clint O'Connor, do jornal "The Plain Dealer" (Cleveland), "Babel" é outra grande vencedora do festival e "uma experiéncia bela, comovente, artística" que, filmada em japonés, árabe, espanhol e inglés, conta com atores do porte de Brad Pitt e Gael García Bernal. A revista "Hollywood Reporter" se desfaz em elogios para o conto de fantasia e horror "O Labirinto do Fauno".

Outros filmes que atraíram elogios neste festival foram "Little Children", de Todd Field, e "Stranger than Fiction", de Marc Foster, na qual o inspetor interpretado por Will Ferrell descobre que é apenas o personagem de um romance e que sua autora - que tem a voz de Emma Thompson - planeja eliminá-lo.

O elemento surpresa foi "Borat", cómicas aventuras do jornalista cazaque, anti-semita e desbocado, criado pelo británico Sacha Baron Cohen. Por outro lado, alguns dos filmes que geraram expectativas no final decepcionaram, como o esperado "A Grande Ilusão", de Steven Zaillian, um "remake" do vencedor do Oscar de melhor filme em 1949 e protagonizado por Sean Penn, Jude Law e Kate Winslet.

O vencedor da Palma de Ouro de Cannes, "The Wind that Shakes the Barley", de Ken Loach, teve uma recepção bem diferente neste festival, onde alguns críticos se retiraram durante a projeção. Um dos filmes mais falados a princípio, o falso documentário británico "Death of a President", que parte da premissa do assassinato do presidente George W. Bush em 2007, também ficou só no barulho.

"Death of a President' não tem a inteligéncia necessária para zombar de seus alvos conservadores, muito menos para explorar o potencial ou as implicações de sua própria premissa", segundo Manohla Dargis, crítica do jornal "The New York Times". O prémio como o favorito do público foi para a comédia romántica mexicana "Bella", de Alejandro Gómez Monteverde.

 

 

 

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Author`s name Yulia Rasnitcova