Cirurgia pode turbinar atletas

Mais da metade dos jogadores de futebol que não enxergam bem  entram em campo sem correção visual. Cirurgia refrativa melhora o reflexo, a visão de contraste e de profundidade.

O Brasil poderia superar as expectativas na Olimpíada 2016 se nossos atletas tivessem boa correção visual. O problema é que nem todos praticam esportes enxergando bem. Uma pesquisa feita pelo oftalmologista Leôncio Queiroz Neto  do Instituto Penido Burnier com um grupo de 80 jogadores da Confederação Paulista de Futebol mostra que 64% dos que têm problema de visão entram em campo sem qualquer correção visual. Como se não bastasse, 1 em cada 4 nunca foi ao oftalmologista. Considerando toda a população, são 35,8 milhões de brasileiros com problemas visuais dos quais quase metade não têm correção adequada de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O médico afirma que a nossa interação com o meio ambiente depende em 85% da visão. Por isso, a  dificuldade para enxergar diminui a velocidade do reflexo, a visão de contraste e de profundidade que são essenciais para uma boa performance no esportes e outras atividades.

Regras esportivas

Segundo Queiroz Neto, esportes como o boxe, artes marciais, entre outros, não permitem o uso de óculos. Até 2010 esta foi a regra do futebol. Em 2011/12 o livro de regras publicado pela FIFA passou a admitir o uso desde que não representasse risco para o time. Ainda assim, não se vê jogadores com óculos em campo. O especialista ressalta que embora as lentes de contato sejam as mais adequadas para quem pratica esportes fora d'água, nem todos se adaptam bem. Esta é a causa de  64% dos jogadores entrarem em campo sem correção.  Por isso, para atletas indica a cirurgia refrativa que elimina o grau da miopia, hipermetropia e astigmatismo, proporcionando melhor visão que os óculos e lentes de contato.

Melhor técnica

O oftalmologista afirma que a técnica cirúrgica é determinada de acordo com o grau a ser corrigido, espessura da córnea e tipo de atividade física praticada.

Independente da técnica, o procedimento só pode ser realizado quando o grau está estabilizado há, pelo menos, um ano em maiores de 21 anos.

PRK

Para quem pratica esportes de alto impacto como lutas marciais, boxe, futebol e basquete  Queiroz Neto que já fez milhares de cirurgias refrativas afrma que o mais adequado  é o PRK (Photorefractive Keratectomy). Isso porque, explica,  o procedimento que surgiu antes do Lazik mantém a córnea mais resistente por não fazer cortes, além de induzir menos ao olho seco. Consiste na remodelagem  com o excimer laser através da ablação superficial do epitélio, camada externa. A técnica, destaca,  corrige até 5 graus de miopia e é indicada para quem não apresenta aberrações visuais, nem ceratocone. Em média os pacientes voltam às atividades depois de 3 ou 4 dias e a estabilização da visão se dá entre 3 e 6 meses.

Lasik

Para ciclistas, maratonistas e praticantes de outros esportes de impacto moderado que tenham até 8 graus de miopia sem aberrações visuais, o oftalmologista afirma que uma opção é o  Lasik. No procedimento, explica,  o cirurgião levanta uma lamela da córnea com uma lâmina, o microcerâtomo. Abaixo desta lâmina molda a córnea aplicando Excimer laser. As vantagens do Lasik são poder retomar as atividades em 24 horas e o menor desconforto após a cirurgia. Para quem apresenta aberrações visuais, o oftalmologista recomenda a cirurgia personalizada que pode ser feita pela mesma técnica associada a um aberrômetro.

Femtosecond

Outra  técnica para praticantes de esporte de moderado e baixo impacto com até 8 graus de miopia  é a cirurgia feita com um laser ultra rápido guiado por um computador, o femtosecond, utilizado no lugar do microcerátomo para levantar o flap. O procedimento permite economizar até 30% de tecido da córnea, além de induzir menos ao olho seco. "Já tive casos de pacientes que não podiam operar porque tinham córnea fina e depois do femtosecond se livraram dos óculos". O especialista ressalta que a borda chanfrada do flap reduz a indução ao astigmatismo pós-operatório e a visão de halos e brilhos noturnos.

Implante

Quem é portador de miopia de até 20 graus, hipermetropia de até 10 graus e  o astigmatismo de até 6 graus  pode corrigir a visão com o implante de uma lente fácica entre a íris e cristalino. O maior risco do procedimento é contrair glaucoma após o implante, Por isso, quem faz a cirurgia deve consultar o oftalmologista a cada  seis meses no primeiro ano e anualmente na sequência.

Eutrópia Turazzi

LDC Comunicação

 

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey