Identificado mecanismo que promove comunicação entre neurónios

Identificado mecanismo que promove comunicação entre neurónios

Investigadores da Universidade de Coimbra identificam mecanismo que promove comunicação entre neurónios

Uma equipa de investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC) desvendou que a "ubiquitina" organiza as proteínas que permitem aos neurónios trocar informação entre si.

O estudo publicado na revista científica Journal Of Cell Biology contraria a ideia geral de que a ubiquitina é apenas uma proteína que promove a destruição de proteínas danificadas ou com erros. Neste trabalho os autores descobriram que a ubiquitina atrai todos os recursos necessários à formação de novas sinapses, sendo essencial para a comunicação neuronal.

Maria Joana, primeira autora do artigo, sublinha que «algumas proteínas que se acumulam nos neurónios têm uma pequena "cauda" feita de várias ubiquitinas "atreladas". Neste trabalho descobrimos que a acumulação destas proteínas contribui para a comunicação neuronal porque as suas "caudas" de ubiquitinas funcionam como um "íman", os quais atraem e organizam corretamente os recursos dessa comunicação

Por seu lado, Ramiro Almeida, líder da equipa, explica que «decidimos arriscar uma abordagem pouco convencional e investigar o processo pelo qual a maquinaria de destruição das células contribui para o desenvolvimento do sistema nervoso. Surpreendentemente, à luz do conhecimento atual, observámos um aumento extraordinário do número de sinapses nos neurónios de ratos in vitro, em contexto de experimentação laboratorial

O resultado obtido sugere que a ubiquitina, «para além da sua tarefa de degradação, tem um outro papel "construtivo" que explica o aumento de sinapses obtido», acrescenta o investigador.

As conclusões desta investigação, desenvolvida ao longo de quatro anos, contribuem para a compreensão dos mecanismos de formação de sinapses, a estrutura responsável pela passagem de informação no sistema nervoso, e poderão auxiliar a comunidade científica a encontrar novas abordagens para os casos de autismo, esquizofrenia, atrofia muscular espinhal e principalmente síndrome de Angelman.

 

O estudo foi financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e pela União Europeia através das iniciativas Marie Skłodowska-Curie.

 

Coimbra, 28 de março de 2016

 

Cristina Pinto

Universidade de Coimbra

 

Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter

Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
X