Desmatamento na Amazônia, o "Pulmão do Mundo", cresce 215% em apenas um ano

MANAUS/AMAZONAS - A area desmatada na Amazonia é maior que a cosmopolitana cidade de São Paulo, segundo instituto de pesquisa Imazon, que monitora o desmatamento na Amazônia há mais de 20 anos.

Por ANTONIO CARLOS LACERDA

PRAVDA.RU

Em apenas um ano, o desmatamento da Amazônia, tida como o "Pulmão do Mundo", aumentou mais de 200%. O número foi calculado pela organização não-governamental Imazon.

O instituto de pesquisa Imazon, em Belém, no Pará, no Norte do País, monitora o desmatamento na Amazônia há mais de 20 anos. No levantamento, foram derrubados 1.700 quilômetros quadrados de floresta nativa, entre agosto de 2014 e fevereiro deste ano. A área desmatada é maior que a cosmopolita cidade de São Paulo.

Comparando essa derrubada com o período anterior, o desmatamento na Amazônia aumentou 215%. O curioso é que ninguém foi condenado por esse crime contra a natureza, ainda.

"A perspectiva é se continuar nessa tendência de aumento do desmatamento, a gente ainda vai detectar um crescimento nas estatísticas do desmatamento nos próximos meses", diz Marcelo Justino, pesquisador do Imazon.

Segundo o Imazon, quase a metade do desmatamento ocorreu em áreas particulares, onde a floresta veio abaixo para a expansão da pecuária, principalmente no Mato Grosso, no Centro-Oeste do Pais.

No Pará, o desmatamento foi provocado em grande parte pela grilagem, que é a invasão de terras públicas. Já em Rondônia, extremo Norte do Pais, segundo os ambientalistas, as árvores vêm sendo destruídas para dar lugar à agricultura.

Do total desmatado nos últimos sete meses, o estado que mais destruiu a floresta foi Mato Grosso (35%), depois Pará (25%) e Rondônia (20%).

Os analistas também fazem outro alerta: como os satélites do Imazon só detectam o desmatamento em áreas acima de dez hectares, os números da derrubada da floresta podem ser ainda mais altos.

O Ministério do Meio Ambiente disse que não comenta os dados de desmatamento da Amazônia divulgados pelo Imazon por não considerá-los oficiais.

ANTONIO CARLOS LACERDA É Correspondente Internacional do PRAVDA.RU

 

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