Nova lente evita infecção da córnea

Permeabilidade de oxigênio seis vezes maior garante a saúde ocular. Por ser de descarte diário também elimina os erros mais frequentes do uso de lentes apontados por estudo.

A ANVISA (Agencia Nacional de Vigilância Sanitária) acaba de aprovar uma lente de contato que evita a infecção da córnea e por isso pode substituir os óculos com mais segurança,

Segundo o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, a nova lente é produzida em um tipo especial de silicone hidrogel que permite à córnea manter a oxigenação igual a de um olho sem lente. Só para se ter uma idéia, tem uma permeabilidade de oxigênio ou PK de 120. Até agora, as lentes hidrofílicas mais seguras do mercado tem o PK igual a 20.  Para melhorar o conforto, o especialista ressalta que a nova lente também contém uma substância para manter a umidade de suas duas faces, independente das condições externas. É o fim do olho vermelho depois de algumas horas usando lente.

Queiroz Neto destaca que a falta de oxigenação é o maior risco do uso de lente de contato porque, a córnea se alimenta do oxigênio vindo do ar. "É isso que explica porque mesmo os pacientes bastante cuidadosos podem ter infecções na córnea", afirma.  Os sinais de que algo está errado é dor nos olhos, vermelhidão e fotofobia. A recomendação é interromper o uso da lente e passar por consulta com u m oftalmologista.

O médico  afirma que a maior parte dos 2 milhões de brasileiros que usa lente de contato opta pela gelatinosa hidrofílica que é mais confortável por conter bastante água, mas a maioria tem baixa permeabilidade de oxigênio.

Indicações e contra-indicações

A nova lente não é indicada para todos. O especialista ressalta que corrige até 10 graus de miopia (dificuldade para enxergar à distância) ou hipermetropia (dificuldade de enxergar próximo) e astigmatismo (falta de foco para perto e longe) até 1 grau.

Mesmo permitindo a completa oxigenação da córnea não deve ser usada por portadores de olho seco severo porque contém 48% de água,  nem além do prazo de 12 horas. O especialista diz que a nova lente também é contra-indicada para portadores de doenças sistêmicas que alterem a superfície ocular, alérgicos, pessoas com doença na córnea, pálpebras e conjuntiva.

Para ele, quando o assunto é lente de contato, um dois maiores problemas no país é o fácil acesso, inclusive pela internet, sem supervisão médica. Isso aumenta o número de complicações que em muitos casos ocorrem por falha na adaptação.

É por isso, explica, que a adaptação de todo tipo de lente, inclusive das cosméticas para alterar a cor dos olhos, só deve ser feita mediante exame oftalmológico que inclui avaliação da saúde ocular, análise da curvatura e espessura da córnea, utilização de lentes de teste.

Estudo mostra erros mais frequentes

Queiroz Neto afirma que por ser de descarte diário, a nova lente deve reduzir os erros mais comuns cometidos pelos brasileiros que usam lente de contato. Isso porque, um estudo conduzido pelo médico com 210 pacientes mostra que o uso além do prazo de validade ou durante a noite responde por 45% das complicações, alergias por 35%, contaminação por manutenção e armazenamento inadequados por 20%.

O médico diz que mesmo as lentes liberadas para uso noturno devem ser retiradas durante o sono porque à noite a produção de lágrima é menor. Já as lentes vencidas sofrem deformações.  Por isso, nos dois casos a chance de contaminação e ulceração da córnea é 10 vezes maior.

Alternativa cirúrgica

Queiroz Neto afirma que para muitas pessoas usar óculos ou lente de contato é um verdadeiro inconveniente. Isso porque, pode atrapalhar a carreira de quem exerce atividades em que a aparência faz a diferença.  Para profissionais como militares, bombeiros, esportistas entre outros, a correção visual pode significar um perigo. Por isso, ele diz que para muitos grupos a melhor opção é a cirurgia refrativa que molda a córnea e elimina a necessidade de usar lente ou óculos na maioria dos casos. Independente da profissão, o médico destaca que mais da metade dos brasileiros  que não enxergam bem, 60%, preferem estar longe dos óculos. Se este é o seu caso consulte um oftalmologista para checar qual a melhor alternativa.

 

Eutrópia Turazzi

LDC Comunicação

 

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey