Se nós, as pessoas vivendo na terra, tivermos azar, então Apophis, um asteróide de 390 metros voando em direcção à Terra, "terá um impacto directo em 2036," de acordo com Andrei Filkenshtein, um astrónomo russo de S. Petersburgo.
Mas se formos afortunados, o asteróide, já chamado um terrorista de espaço, passará a uma distância de 40.000 km, a órbita de um satélite de comunicações, em 2029.
Ler folhas de chá e esperar o melhor não é, naturalmente, a maneira ideal de evitar um desastre, que seria o caso se um grande corpo chocar com a Terra. Mudaria o clima. Se caísse no oceano, produziria tsunamis enormes e evaporaria biliões de toneladas de vapor de água que impediria a luz do sol a alcançar a superfície da Terra durante muito tempo. Em outras palavras, seria o fim do mundo.
Infelizmente, métodos para proteger nosso planeta contra bombardeio por asteróides e outros objectos de espaço são ainda na sua infância e ainda faltam ser integrados num sistema anti-asteróide global eficiente. Entre possíveis maneiras de lidar com Apophis, Filkenshtein menciona mudar sua órbita por meio de um puxão de gravidade - uma nave espacial não tripulado que podia empurrar o asteróide fora do seu caminho atual.
O asteróide também podia ser partido por bombardear com artifícios nucleares. Mas este método, enquanto tecnicamente praticável, é politicamente impossível: há uma proibição em usar armas nucleares no espaço.
Entretanto, Rússia toma passos para melhorar sua monitorização contra intruso perigoso do espaço. A Agência Russa de Espaço (Roscosmos), juntamente com o Ministério de Defesa e Academia de Ciências, lançou um programa anti-asteróide. O primeiro passo verá um radar especial montado num telescópio de 70 metros em Ussuriisk. O radar colherá sinais refletidos por corpos naturais no espaço.
A Associação de Pesquisa e Produção Lavochkin (NPO Lavochkin) trabalha num programa de espaço para 2012-2014 que reunirá tanta informação sobre Apophis quanto possível. Também planeja uma série de experiências para ver se a órbita do asteróide podia ser mudada por impactos apoiados de energia. Um aparelho não tripulado está sendo desenvolvido para o propósito, e cenários diferentes de vôo considerados.
Se o programa de anti-Apophis for um êxito, cientistas no mundo inteiro poderão controlar o asteróide mais exactamente, avaliar a ameaça com mais confiança, e considerar maneiras de desviá-lo da sua trajectória.
Um banco internacional de dados de órbitas de corpos celestiais prediz que seis asteróides grandes ameaçarão a Terra nos próximos 120 anos. Mas hoje só três países controlam grandes corpos a viajarem pelo sistema solar: A Rússia, Japão e os Estados Unidos.
Em meados de Junho, quando examinaram o orçamento de NASA durante o próximo ano, a Câmara de Deputados mandou a Agência Espacial cooperar com a Rússia em todas questões referente a asteróides.
Os americanos acreditam correctamente que corpos como Apophis ameaçam toda a humanidade. O congressista Dan Rohrbacher (Republicano), que apoiou a inclusão de cooperação internacional em matéria sobre asteróides no orçamento da NASA, pensa que os EUA devem compartilhar esta responsabilidade com outros.
A Rússia não ficará de fora. Está disposta a contribuir seu poderoso sistema RT-70 de antena para comunicações fundas de espaço. Suas instalações, localizadas no Extremo Oriente e Crimeia, complementarão eficientemente instalações americanas em Porto Rico e Califórnia.
Por combinar seus esforços, os dois principais poderes espaciais no mundo podem guiar o convidado perigoso para longe da Terra.
Fonte: RIA Novosti
Comentarista Andrei Kislyakov
Traduzido por Petr KARPOV
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter