Encontrou o mais antigo monumento uma equipe integrada por arqueólogos alemães e peruanos conhecido do Peru: um altar cerimonial construído a cerca de 5.500 anos, perto da costa centro-norte do país, de acordo com o Estadão.
A datação por carbono 14 do material encontrado no local revela que o altar foi construído em algum momento entre os anos 3500 a.C. e 3000 a.C., disse Peter Fuchs, arqueólogo alemão que liderou a equipe responsável pela escavação.
A descoberta representa uma nova evidência de que a civilização floresceu no Peru aproximadamente na mesma época que no Oriente Médio e no sul da Ásia, observou Ruth Shady, uma destacada arqueóloga peruana que liderou a equipe responsável pela descoberta da cidade de Caral em 2001.
"Isso levanta questões quanto ao que levou civilizações a florescerem pelo planeta, mais ou menos na mesma época", comentou Shady, que é conselheira do Instituto Nacional de Cultura do Peru e não participou da descoberta do altar.
O altar circular construído em pedras e barro faz parte do sítio arqueológico de Sechin Bajo, no sopé da Cordilheira dos Andes, 330 quilômetros a noroeste de Lima, onde Fuchs e sua colega alemã Renate Patzschke trabalham desde 1992.
O altar é mais antigo que outras estruturas similares encontradas em Caral, que continua sendo a mais antiga cidade das Américas. As construções em Caral datam de 2627 a.C.
O altar funcionava como um espaço cerimonial e social onde as pessoas da época "falavam sobre sua visão de mundo, seu lugar nele e a imagem que tinham do mundo e delas mesmas", disse Fuchs em conversa por telefone com a Associated Press.
Numa estrutura adjacente, construída por volta de 1.800 a.C., a equipe de Fuchs encontrou uma estátua de barro de 3.600 anos e dois metros de altura simbolizando um sacrificador humano. "Ele está de braços abertos, com uma faca de rituais numa mão e uma cabeça humana em outra", disse Fuchs.
A mítica imagem também foi encontrada na celebrada Tumba do Senhor de Sipán, descoberta na costa norte peruana no fim da década de 1980.
A escavação é a quarta liderada por Fuchs e Patzschke em Sechin Bajo desde que ambos começaram a trabalhar no local em 1992 sob os auspícios da Universidade de Berlim.
O Deutsche Forschung Gemeinschaft, uma agência estatal alemã que patrocina investigações científicas, financiou a maior parte das três escavações mais recentes.
"A descoberta mostra ao mundo que, também na América, os seres humanos do Novo Mundo tinham a mesma capacidade de criar civilização que no Velho Mundo", disse Shady.
A descoberta de Caral, em 2001, ganhou as manchetes dos principais jornais do mundo ao provar que um centro urbano complexo havia florescido na América praticamente ao mesmo tempo que na Mesopotâmia e no Egito - e 1.500 anos do que se acreditava anteriormente.
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