O ano de 2009 foi notadamente emblemático para a política externa russa no que tange as relações bilaterais entre Rússia e EUA, com a nova política externa do governo americano atritos recentes como a questão do programa nuclear iraniano e o estabelecimento do escudo antimísseis na República Tcheca e Polônia regrediram consideravelmente.
Com o recuo dos EUA no estabelecimento desses escudos as relações entre ambas as nações puderam ter um desenvolvimento mais positivo diminuindo a tensão que havia na Europa sobre os constantes enfretamentos diplomáticos entre americanos e russos.
Em adição a isso a questão do racionamento de gás para a Ucrânia por conta da violação pelo lado Ucraniano dos dutos de gás para seu país e o conflito da Rússia contra a Geórgia na defesa da integridade territorial e civil da Ossétia do Sul, conduziram especuladores ocidentais a questionar essas posturas como um ressurgimento da guerra-fria com os EUA, entretanto a Rússia através da gestão de Dimitri Medvedev, comprovou que de fato a Ucrânia desviou gás para o seu território e que a Geórgia praticou atos de violação dos direitos humanos no massacre contra a população da Ossétia e Abkhazia, fato que foi evidenciado pela ONU.
Os EUA perceberam que sua imagem internacionalmente ficou extremamente desgastada pela gestão Bush e naturalmente para se retomar a credibilidade anterior no sistema internacional, Obama teve que reestruturar a dinâmica das relações com as demais nações no intuito de voltar a legitimar suas atitudes e retomar o seu renome, nesse sentido a retomada de um diálogo positivo com a Rússia aliado a incapacidade dos EUA de criticar a ação da Rússia na defesa do povo ossetiano, caracteriza essa aproximação entre as duas nações.
Para 2010 a política externa russa mantém praticamente com a mesma prioridade de relações de acordo com anos anteriores, portanto prioritariamente sua reestruturação econômica e modernização de seu sistema financeiro caracterizam juntamente o fortalecimento da identidade nacional russa um dos principais fatores internos, regionalmente a primeira prioridade e manutenção das relações e dinamismo junto aos países da CEI principalmente com o Cazaquistão e Bielorússia. A segurança regional e as questões caucasianas também se encontram como prioridade além do reconhecimento do status de independência da Ossetia do Sul e Abkhazia. Os EUA entrem na segunda prioridade por questões naturais de ser o grande rival político e parceiro econômico da Rússia, bem como tratar conjuntamente das questões estratégicas na eurásia e oriente médio. A China encontra-se na terceira posição, como estratégica para Moscou e a parceria estratégica compete como o principal elo dessa relação, a União Européia vem na seqüência sendo que a Alemanha e Holanda tradicionalmente se mantém como principais países no relacionamento Rússia-Europa. Já na quinta posição o Oriente-médio com destaque para o Irã e as posições dos EUA no Iraque e Afeganistão onde a Rússia participara nos diálogos de paz e financiamento e observação do programa nuclear iraniano.
A América Latina enquadra-se na sexta posição tradicionalmente em razão desses países disporem um relacionamento menos próximo com a Rússia por causa da distância geográfica, cultural e política entre eles. Com destaque a Venezuela tem desenvolvido um relacionamento próximo da Rússia principalmente como cliente na compra de armamentos russos.
O Brasil encontra-se em primeiro lugar no relacionamento com a Rússia entre os países latino americanos, entretanto o relacionamento continua com alguma vontade política para desenvolvimento, mas com poucos avanços práticos, no primeiro trimestre de 2009, as transações comerciais entre Brasil e Rússia tiveram uma corrente de comércio de USD 742 milhões, 48% abaixo do registrado no mesmo período de 2008, em 2009 o superávit foi favorável ao Brasil em USD 380 milhões. Para o Brasil a Rússia encontra-se em 16º lugar de destino de suas exportações, para a Rússia o Brasil se encontra em 31º lugar.
A pauta dos produtos comercializados entre as duas nações manteve-se sem grandes mudanças, das importações brasileiras da Rússia 65,7% foram de produtos industrializados seja manufaturados ou semimanufaturados e 34,3% de produtos básicos como componentes eletrônicos e produtos químicos, já a Rússia concentra 31% do total em carne bovina, 24% em açúcar bruto, 16% em carne suína in natura, 6% em carne de frango e 5% em tratores. (fonte MDIC-Secex)
Para 2010 o governo Brasileiro busca dinamizar a corrente de comércio exterior para USD 10 bilhões contra os USD 8 bilhões registrados em 2008. As relações políticas e culturais continuarão desenvolvendo principalmente em razão da atuação do BRIC no cenário internacional.
Dimas Melo Relações Internacionais
Comunidade Russa de São Paulo
Dimas Melo Alencar
International Trade Analist
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