Hoje, no dia 2 de setembro de 1945, a rendição japonesa foi aceite pelos membros das delegações da Rússia, EUA e Reino Unido, entre outros, terminando a Segunda Guerra Mundial, chamada de Grande Guerra Patriótica na Rússia, devido ao enorme sacrifício humano feito pela União Soviética (mais de 26 milhões de almas).
No entanto, em vez de colocar as diferenças do passado para trás e avançar em conjunto, a Europa Ocidental, em especial, parece cada vez mais determinada a distorcer a história, esquecendo-se dos fatos mais importantes e tentar pintar a União Soviética e Stalin com a mesma escova como a Alemanha nazista e Hitler. Uma declaração absurda foi adoptada pela OSCE recentemente igualando o governo soviético ao regime nazista, apesar do fato de que a União Soviética parou e reverteu a maré de agressão nazista e foi responsável por 90 por cento das vítimas do Wehrmacht.
Outras declarações por líderes da UE, como a do Presidente polaco Kaczynski, que a Polónia teria repelido o Hitler com êxito, se não houvesse as acções da União Soviética, por absurdo que seja (uma filmagem do tempo mostra os poloneses montados nos seus cavalos atacando os Panzers alemães com espadas), é mais uma indicação de que a Europa Ocidental parece mais preocupada em manter a imagem da Rússia o mais negativo possível, criando uma noção de "eles" que justifica e facilita o "nós".
A tragédia no Cáucaso do ano passado foi mais um exemplo cristalino de onde a verdadeira psique da mídia ocidental, e os poderes que a controlam, se situa. Foi feita uma tentativa de afirmar que a Rússia foi o agressor, no meio de alegações de que "a Rússia perdeu a guerra da mídia" após dois dias de mentiras e manipulações para esconder o fato de que o lado georgiano atacou primeiro, e utilizou mísseis e tanques contra civis. Só muito mais tarde foi admitido o que aconteceu, quando o circo da mídia tinha mudado para algures já muito, muito distante e quando quase ninguém estava prestando atenção ao regime assassino de Saakashvili e seus actos genocidas e assassinas.
A Rússia sempre procurou ter relações amigáveis com os seus vizinhos e durante a era soviética, os recursos foram distribuídos entre as repúblicas, muitas vezes em detrimento dos russos e em benefício de seus irmãos soviéticos. Foi uma união, a riqueza foi compartilhada. Após a dissolução voluntária da União Soviética (previsto e preparado na Constituição) a Rússia continuou a prosseguir os laços bilaterais, trabalhando a favor do interesse de todas as partes.
Tal foi o caso com a Geórgia. Moscovo passou anos procurando o consenso num processo que respeitasse a integridade territorial da Geórgia e teve o cuidado de incluir Tbilisi e os interesses da Geórgia em todas as suas conversas, até que Saakashvili tentou matar seu próprio povo e eles optaram pela independência.
Esta é apenas uma das muitas histórias completamente e totalmente deturpadas e sempre contra Moscovo, Rússia e os russos por uma mídia ocidental tendenciosa e muito pouco profissional, que favorece os interesses políticos que a financiam. Apesar disso, o governo russo tem repetidamente deixado claro que a Rússia e os russos não têm nada contra os bálticos, ucranianos e georgianos e deve-se salientar que as tentativas por parte de estrangeiros para enterrar uma cunha entre Moscovo e os seus vizinhos, não resultarão, uma vez que vão contra tendências históricas de amizade, partilha e relações fraternas.
Já é altura para a Europa se unir para resolver problemas comuns, num espírito de amizade. Já é altura para a Europa Ocidental considerar a Rússia como ela é - amiga e aliada, que por duas vezes no século passado fez terríveis sacrifícios humanos em nome da liberdade lutando contra a tirania. E hoje, a Rússia moderna proporciona um parceiro forte e estável para o investimento com um potencial humano que é incomparável, uma dinâmica no sector dos negócios e um tecido empresarial com formação de excelência liderado por bons e provados gestores.
Certamente, a Rússia tem seus esqueletos no armário. Quem não os tem? Mas a Rússia aceita a sua história, as partes boas e as partes menos boas, fez um balanço e decidiu seguir em frente, enquanto o resto da Europa se esquece de algumas das ações horríveis de colaboração em um grande número de estados que hoje levantam as vozes mais ferozes contra Moscovo, para não falar das potências imperialistas que perpetraram massacres, destruíram por completo civilizações inteiras e semearam o mal que ainda se vê pelo mundo fora.
Será necessário nós continuarmos nossa série de artigos expondo aqueles que se arrastaram para dentro da cama do Hitler e que colaboraram em exterminar civis inocentes? Ou a Europa não poderia deixar cair a faca escondida, abraçar a Rússia e sentir que do outro lado há muito calor humano, amizade e respeito genuíno e uma ausência do veneno gélido que hoje em dia sopra do Ocidente, não do Oriente?
Timothy BANCROFT-HINCHEY
PRAVDA.Ru
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