O empresário russo , Andrei Lugovoi voltou a declarar-se inocente, rejeitando qualquer responsabilidade no assassínio de Litvinenko, e prometeu revelações "sensacionais" para breve, escreve o Diário de Notícias.
Antigo oficial do KGB, encarregue da protecção de altas individualidades (como o ex-primeiro-ministro Igor Gaidar), Lugovoi transformou-se num empresário de sucesso na distribuição de bebidas e da segurança. Graças a Boris Berezovski, para quem trabalhou nos anos 90, antes do multimilionário se incompatibilizar com o Presidente russo e de ser obrigado a exilar-se em Londres.
Foi na altura em que trabalhava para Berezovski que Lugovoi conheceu Litvinenko, explicando as razões que o levavam a encontrar-se com os dois quando estava em Londres. Sem sofrer represálias por isso no regresso a Moscovo. É isso que explica parte das suspeitas da Scotland Yard, reforçadas pelo facto de Lugovoi ter deixado um rasto de radioactividade em vários locais de Londres. À semelhança de Dimitri Kovtun.
Mas o que parece ter convencido a polícia britânica terá sido o altíssimo teor de radioactividade detectado num dos quartos que Lugovoi ocupou no Hotel Millenium, durante a sua estada a 1 de Novembro.
Sem que isso signifique, como o jornalista Martin Sixsmith explica no livro que acabou de publicar [The Litvineneko File: The True story of a death foretold] que Lugovoi tenha sido o autor material do assassínio.
Segundo o antigo correspondente da BBC em Moscovo, Lugovoi poderá ter sido apenas o transportador do polónio-210, deixando o respectivo manuseamento - o envenenamento de Litvinenko - para uma terceira pessoa. Que bem poderia ser 'Vladislav', uma estranha personagem que entrou e saiu do Reino Unido sem ser identificada.
Ao contrário do que sucedeu com o polónio-210, que Sixsmith disse ontem à BBC ser proveniente de um laboratório estatal russo situado em Dubna, perto de Moscovo.
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