Rússia na feira LAAD 2007 vende novas armas para América Latina

O diretor da empresa estatal russa de exportação de armas que se encontra no Brasil no âmbito da feira de defesa Latin America Aero & Defence (LAAD 2007) declarou que espera que o Brasil retome seus planos para adquirir novos aviões militares e escolha o Su-35, fabricado pela empresa Sukhoi.

Sergei Svechnikov, diretor de planejamento e análise da Rosoboronexport, disse na quarta-feira (18) que a empresa deposita esperanças nos programas de renovação dos militares brasileiros e de outros países para vender novas armas na América Latina, onde os fabricantes russos estão presentes desde a época da Guerra Fria.

"O re-equipamento é um assunto quente em alguns países aqui, não só no Brasil, mas também no Chile", disse Svechnikov à Reuters, em entrevista concedida sob um enorme cartaz com os dizeres: "Rosoboronexport -- do gelo da Sibéria ao calor do Brasil", no imponente pavilhão russo na feira realizada no Rio.

O ministro da Defesa, Waldir Pires, diz que a inflação baixa e o crescimento econômico constante criaram condições para uma modernização das Forças Armadas brasileiras.

Isso poderia reacender o interesse do país por novos caças, abandonado em 2004, quando foi cancelada uma licitação para a compra de 12 novos aviões."Temos informação de que o Su-35 derrotou a concorrência na licitação (de 2004), de que nós efetivamente vencemos. Esperamos que o enorme trabalho na licitação que foi realizado ao longo de muitos anos chegue à sua conclusão lógica", disse Svechnikov.

A Rosoboronexport também trouxe à feira a fabricante de submarinos Rubin para mostrar seus modelos convencionais (movidos a diesel e eletricidade) no Brasil, que também cogita a compra de um novo submarino.

O comandante da Marinha, almirante Júlio de Moura, disse que, embora haja preferência pelo modelo alemão IKL-214, a compra do novo submarino, estimada em 1,4 bilhão de dólares, ainda está em aberto.

"Gostaríamos de participar da licitação. A relação custo-qualidade dos submarinos da Rubin é muito boa", disse Svechnikov.

A Rosoboronexport pretende seduzir os paises latino-americanos com a possibilidade de montar equipamentos militares russos nos próprios países compradores, e também com propostas de transferência de tecnologia.

"Para as lideranças desses países isso é bem interessante, pois significa fortalecer suas próprias economias, novos postos de trabalho, novas tecnologias", disse o dirigente russo.
A empresa não quis comentar o ativo programa de militarização promovido pelo governo esquerdista da Venezuela, que inclui a recente compra de caças Sukhoi, de helicópteros russos de transporte e de 100 mil fuzis Kalashnikov.

"A Venezuela é um dos nossos parceiros ativos na América Latina, isso é tudo. Gostaríamos de ver países como Brasil, Argentina e Chile entre tais parceiros", afirmou Svechnikov.
O México também está nesse grupo, pois tem cerca de 60 helicópteros russos Mig e há três anos adquiriu sistemas portáteis de mísseis terra-ar Igla. A Colômbia tem cerca de 20 helicópteros russos, e o Peru usa antigos equipamentos soviéticos.


Segundo o executivo, os helicópteros russos estão tendo bom desempenho na Colômbia, graças à fácil manutenção e à boa proteção que oferecem aos tripulantes durante missões de combate a drogas e guerrilhas.

A Rosoboronexport está oferecendo helicópteros de transporte militar Mi-17 ao Chile e helicópteros de transporte e combate Mi-17 e Mi-35 ao Brasil.

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Author`s name Lulko Luba
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