Rússia e EUA: Nova versão da Guerra Fria

A época de "triste memória" de Boris Yeltsin, quando os EUA chantageavam a Rússia através do Fundo Monetário Internacional (FMI), já passou.A Rússia vive um período de estabilidade política e econômica.

Em julho último a taxa de inflação na Rússia foi de apenas 0,5 por cento, enquanto que as rendas pecuniárias do povo russo cresceram 11 por cento em comparação com o mesmo índice do ano passado.

Ontem o ministério das Finanças da Rússia saldou completamente sua dívida com o Clube de Paris num total de 23,7 bilhões de dólares.

A Rússia recupera sua influência na zona das ex-repúblicas soviéticas tanto na Ásia Central quanto na Europa Oriental. Há poucos dias uma cimeira informal dos paises da Comunidade Econômica Eurasiática (EurAsEc) , na qual participaram os líderes das repúblicas ex-sovieticas da Asia Central, Rússia e Belorus terminou com criação da União Aduaneira que tornar-se-á o primeiro passo na via de formação de um Espaço Econômico Comum .


A influência da Rússia não está baseada nas velhas nomenclaturas soviéticas, mas na disposição da maioria dos cidadãos destes países. A reversão de clima nas "revoluções laranja" é característica.

Os EUA "vêem" crescer um de seus maiores temores: as possibilidades demográfica e produtiva estão sendo "imigradas" para a Eurásia. A América, somente de longe, e indiretamente, pode determinar o equilíbrio desta imensa região.


Condoleezza Rice busca correções, o que a revista Time chama de "fim da diplomacia caubói" e do guru "neocon", William Kristol.

Paralelamente, ciclos de neoconservadores acionam uma nova "doutrina", que reconstitui as frentes da Guerra Fria. O panfletário e neoconservador Kogan na entrevista ao jornal Washington Post definiu-a claramente: "as coisas podem evoluir para novo assalto de choque entre liberalismo e totalitarismo (...) Infelizmente, a Al Qaeda não é a única ameaça ao liberalismo, e muito menos a mais séria".

Qual é esta nova ameaça, então? "São as duas maiores potências totalitárias, China e Rússia. Elas constituem - desde sempre - ameaça não prevista pela nova "doutrina da guerra contra o terrorismo".

 Em Vilnius, capital da Lituânia, o vice-presidente dos EUA fez "advertências" a Rússia, enquanto Bush impediu seu acesso à Organização Mundial do Comércio (OMC). A Rússia respondeu por ameaçar a revogar todas as preferências das exportações de carne dos Estados Unidos se o país não apresentar até outubro um acordo para que a Rússia entre na OMC. A Guerra Fria retorna? 

 O atual problema do mundo não é o choque mundial entre liberalismo e totalitarismo, mas a tentativa dos EUA de desenvolver as evoluções internacionais unilateralmentre, com as consequentes crises provocadas pelo fracasso do país em corresponder a este papel.

 Leonid Smirnov, agências de notícias

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Author`s name Lulko Luba