Na véspera da Cimeira do G8, que tem o início no dia 15 de julho em São Petersburgo, os analístas russos descutem a intriga do evento. Alguns acreditam que consiste em troca de anteprojetos entre os máximos dirigentes das mais importantes potências do mundo.
O especialista do Instituto de Estudos Europeus , Vladislav Belov, não tem dúvida que a Russia convidará seus parseiros a explorar novas jazidas de gás em troca de ativos dos interessados. A Rússia havia especificado ainda com muita antecedência a essa Cimeira que os seus interesses estratégicos se situam não somente na Europa, como também praticamente em todos os outros mercados energéticos, designadamente na Ásia, onde sobressaem a China, a Índia, o Japão e a Coréia do Sul.
A esfera de interesses da Rússia abarca também o mercado norte-americano, para o qual é fornecido gás liquefeito. A Rússia, pois, está disposta a oferecer aos seus principais consumidores um novo modelo de cooperação mutuamente vantajosa.
O que é que se tem em vista, deixando à parte as transações a longo prazo nas áreas de exportação e importação de gás? A Rússia vai falar em São Petersburgo sobre a necessidade de exploração conjunta de hidrocarbonetos no seu território, disse Belov a emissora de rádio Voz da Rússia numa entrevista.
Essas matérias-primas estão localizadas em regiões de difícil acesso, custando sua extração bilhões e bilhões de dólares. Penso que serão examinados projetos piloto do tipo da jazida de gás Iujno-Russkoie, à qual foi pela primeira vez admitido um consórcio estrangeiro: o BASF, da Alemanha, disse. Outros temas de discussão, segundo analista serão os fornecimentos de gás liquefeito e a instalação de empresas processadoras de gás associado ao petróleo, o qual hoje é simplesmente queimado na atmosfera.
A título de compensação, a Rússia solicitará aos seus parceiros que lhe dêem luz verde para acesso às redes de distribuição de gás, postos de abastecimento e demais ativos. Esse esquema tem sido até o momento recebido no Ocidente com frieza. Será que o encontro de São Petersburgo poderia ajudar a Rússia a avançar nesse caminho?
Agora, a Rússia vai entrando numa fase nova de seu desenvolvimento. E os fortes, como se sabe, nunca têm muitos amigos. Por isso, a Rússia deveria estar preparada para uma resistência no que se refere à realização prática das suas vantagens. Essas vantagens são o seu potencial energético, metalúrgico e sua posição geográfica.
Refiro-me aos corredores de transportes lidando o Nordeste Asiático com a Europa Ocidental através do território russo. Talvez, a intriga da Cimeira deva consistir em tentar convencer o Ocidente mediante a arte de diplomacia e apresentação de projetos econômicos convidativos de que já está chegada a hora de reconhecer a Rússia como um novo operador do mercado mundial. Um operador em pé de igualdade com os outros, aquele com que se pode e se deve ir resolvendo a problemática global, especialmente no setor energético acentuou Vladislav Belov.
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter