Sistemas ultrapassados

Em boa parte do mundo é necessário desenvolver um novo sistema de governo capaz de proporcionar bem-estar para os povos. Os três poderes, oriundos da Revolução Francesa, não funcionam. Atendem ao império do executivo, que manda e desmanda ao seu bel prazer, favorecendo processos de corrupção por dinheiro, vantagens especiais, domínio ou mesmo informações privilegiadas.

O Brasil e a maioria dos países latino-americanos exemplificam essa herança histórica, pouco avaliada e gravemente distanciada da geração de melhoria de qualidade de vida para todos.

A distribuição de riqueza é sintomática. No Brasil, apenas uma terça parte da população está dentro do mercado de consumo. Equivale a 60 milhões de habitantes. O dobro deste número vive excluído e degradado. Sobra violência, injustiça, desequilíbrios sociais.

Os governantes prometem um céu nunca alcançado. Os ricos ficam cada vez mais ricos. Os pobres, coitados, nem sabem que são escravos da própria terra.

O que é possível fazer para resgatar o Direito de Participação de todos os cidadãos, sem distinções, sem segregações?

Os pobres estão se despertando. O furacão Katrina arrasou a região de Nova Orleáns desvendando a ferida da discriminação no país do senhor dos anéis. Se no pretenso paraíso a realidade é tão gritante, projete a situação para o resto do mundo. É muito mais terrível.

Não são apenas as classes desfavorecidas que estão em polvorosa. Na capital São Paulo, os ratos estão literalmente invadindo as casas. Alimentam-se dos restos largados pelos humanos. A crise beira uma epidemia.

O homem degrada o meio ambiente e o meio social sem se dar conta do caminho sem volta. Cada um pensa exclusivamente em seu bem-estar próprio. Parece razoável. É o rumo da perdição.

Pelo mínimo de bom senso, precisamos uns dos outros. Em igualdade de condição. Sem domínio, sem escravidão, sem senhorios.

O jogo do sucesso ensinado em todos os cantos está na contramão deste processo. O vencedor é idolatrado pela sua riqueza aparente. Mesmo que não saiba nada de humanidade. É a doutrina norte-americana imposta para todo planeta.

A democracia precisa ser reinventada. Todos têm direito de participar da vida econômico-social. Todos têm direito de receber uma preparação adequada para conviver em sociedade. Todos têm direito ao bem-estar básico, digno de humanidade. Todos têm direito de serem representados perante os governantes. Todos têm direito à justiça, sem qualquer discriminação, separação, classificação.

Os sistemas permanecem inalterados pela conveniência que propiciam aos seus mandantes. O leque de benefícios é fantástico. Começa nas vantagens financeiras e vai até o domínio das informações privilegiadas.

O mundo precisa de uma nova revolução francesa.

O povo ainda está escravo.

Orquiza, José Roberto escritor e-mail [email protected]

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