[Por Adair Rocha*] Nunca se viu algo parecido ao papel que a mídia comercial exerce no processo eleitoral em curso. Está em jogo a definição de critérios que apontem a autonomia e a independência diante da produção de notícias e de informações, que forneçam condiçoes de acesso à toda população.
No entanto, a mídia comercial se transformou em um partido político de oposição, na ausência da mesma. A mídia que já foi considerada o 4º poder, na medida em que sempre foi considerada definidora na chamada produção da opinião pública, e, portanto, em todo e qualquer resultado eleitoral. Coisa que inclusive ficou comprovada em algumas situações, sendo que a mais recente remete-nos ao resultado da primeira eleição presidencial no processo de abertura política, na famosa edição do debate Lula e Collor, no ano de 1989.
Na atualidade, há um desconhecimento do aprofundamento do processo democrático e cidadão que foge ao controle e até mesmo do conhecimento daqueles que sempre dominaram a gestão pública. A rede, ou as redes cada vez mais fortes, complexas e diversas têm, já sistematicamente, surpreendido a mídia comercial. Esta tensão entre a opinião cada vez mais consciente da população, capaz de formar a sua opinião, somado ao preconceito que não admite um operário com 80% de apoio da população, fazendo bom governo.
Pode-se dizer que o monopólio da mídia, reduzida à propriedade de algumas famílias, compromete na raiz, a sua possibilidade democrática, no grande espectro contemporâneo, de fortalecimento do consciente e do inconsciente coletivo, ao mesmo tempo com a singularidade da individualidade.
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