Ninguém sabe onde se encontra Agostinho Coutinho Caridade, 34, o falso padre detido há mais de uma semana na Trofa e que terá burlado dezenas de pessoas nas regiões de Braga, Porto e Algarve ao realizar diversos actos religiosos, noticia o Jornal de Notícias.
O seu carro foi encontrado abandonado junto ao mar, no Cabedelo, também em Viana, apenas com os paramentos e livros religiosos no interior. As autoridades duvidam de que se tenha suicidado.
O carro tinha as portas trancadas e a chave na ignição, mas a bagageira estava no trinco. No seu interior, foram encontrados diversos objectos relacionados com a religião, entre os quais uma batina e livros religiosos, de casamento e até exorcismo.Nenhum documento de identificação foi descoberto.
Segundo a capitania, toda a área foi patrulhada, mas não foram encontrados quaisquer indícios que apontassem para um possível suicídio. Será, no entanto, mantida vigilância redobrada naquela área.
O facto surpreendeu mesmo quem diariamente trabalha na praia. Ana Maria Barbosa que explora um bar, disse que apenas detectou que havia algum problema "quando um grupo de surfistas que queria passar lhe perguntou se sabia de quem era o carro".
Desde o contacto com a TVI, o falso padre não foi mais visto, nem sequer pela família que garantiu ao JN não ter qualquer contacto pessoal, nem por telefone, desde o passado dia 6.A mãe, Marcelina Coutinho, admite apenas ter recebido uma carta, ontem de manhã, alegadamente escrita pelo filho. "Ele pede perdão por tudo o que fez, mas estamos muito tristes. A carta não tem a morada dele no envelope", adiantou a progenitora que confirmou apenas que o carimbo dos CTT é de Viana.
Numa entrevista emitida ontem pela TVI, mas gravada no dia anterior, Agostinho Caridade negou ter alguma vez usado nomes falsos e pediu "desculpa e perdão a todas as famílias". De rosto desfocado, o falso padre garantiu ter vocação pastoral desde pequeno e atirou as culpas para os párocos locais "O erro é deles porque nunca me pediram a minha credencial", afirmou.
Agostinho Caridade admitiu ter começado a realizar missas no Algarve, há 5 anos. No entanto, ouvidos na passada sexta-feira, os pais do falso padre garantiram ao JN que ainda no ano passado estiveram em casa do filho, no Algarve, onde dizia trabalhar no ramo da restauração.
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