Lembrando Melina Mercouri
Nunca aos Domingos é um filme é de 1960, dirigido por Jules Dassin (1911/2008) na Grécia.
Dassin fez nome no cinema americano nos anos 40 e 50, dirigindo grandes filmes como Brutalidade e Cidade Nua.
Quando caiu nas garras da Comissão de Atividades Anti Americanas do senador Mac Carthy , foi para a França,onde fez pelo menos dois filmes memoráveis, Rififi Chez Les Hommes, em 1955, talvez o primeiro a narrar um assalto a uma joalheria em tempo real e o o magnífico Aquele que Deve Morrer (1956) quando conheceu Melina Mercouri, então exilada na França depois do golpe dos coronéis na Grécia, onde nascera.
Com a redemocratização na Grécia, Dassin e Melina,m já casados, voltaram a Atenas, onde fizeram uma comédia de costumes que marcou época Nunca aos Domingos.
O filme conta a história de Ilya, a prostituta do porto do Pireu, que só transava com quem gostava e aos domingos reunia os amigos em sua casa para grandes festas. Dassin, tão apaixonado estava por Melina, que além de dirigir o filme, faz o papel do estrangeiro - Homer Trace - que cai de amores pela grega.
No retorno da Grécia à democracia, Melina, que era neta de um ex-prefeito de Atenas, se torna deputada e depois ministra da Cultura.
Nascida em 1920, em Atenas, morreu em 1994, em Nova York, mas foi enterrada na Grécia com honras de Estado.
Quando estava no exílio, o coronel Pattakos, que chefiava a junta militar grega, retirou a cidadania de Melina., Sua resposta ficou famosa: «Eu nasci grega e morrerei grega. O sr. Pattakos nasceu fascista e morrerá fascista».
Marino Boeira é jornalista, formado em História pela UFRGS.
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