Tecnologia vai ajudar a salvar vítimas de doenças cardiovasculares

Um procedimento que pode reduzir em até 20% o número de mortes por doenças do coração foi lançado na última quinta-feira (28) pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão e pelo diretor-geral do Hospital do Coração (HCor), Adib Jatene.

O Tele-Eletrocardiografia Digital é uma tecnologia de ponta que vai ajudar a salvar vítimas de doenças cardiovasculares graves, como infarto e arritmia. O serviço estará disponível nas ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) e atenderá os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). O profissional de saúde poderá obter um diagnóstico mais preciso do paciente ainda em casa, antes do deslocamento para o hospital.


Cada ambulância do Samu será equipada com um pequeno aparelho (tele-eletrocardiógrafo digital portátil) capaz de transmitir o eletrocardiograma via telefonia celular ou mesmo por telefone fixo. O exame realizado no paciente em sua residência ou na ambulância é transmitido via internet e analisado na central de Telemedicina do Hospital do Coração (HCor). O laudo retorna para a ambulância de origem. Todo esse processo dura, em média, cinco minutos.


A central dispõe de 16 médicos para a leitura dos eletrocardiogramas do Samu 24 horas por dia. Além disso, o médico que está atendendo o paciente pode discutir o caso com os especialistas de apoio. O trabalho é realizado diariamente em tempo real.


O projeto-piloto do Ministério da Saúde é desenvolvido em parceria com o HCor, que detém a tecnologia digital, e faz parte da iniciativa Hospitais de Excelência a serviço do SUS, lançado pelo governo federal em 2008.


Os benefícios diretos dessa tecnologia são a redução do tempo de atendimento, a análise mais apurada do quadro do paciente e a realização de uma triagem ainda na casa da pessoa ou na ambulância, para o encaminhamento mais ágil ao chegar a um hospital. Estudo publicado na revista Circulation estima que metade das mortes por infarto ocorre nas primeiras duas horas e que, a cada 30 minutos perdidos no atendimento, o risco de mortalidade aumenta em 7%.

Como funciona o sistema de Tele-eletrocardiograma digital


1. O médico ou o enfermeiro conecta os eletrodos no peito do paciente;
2. O tele-eletrocardiógrafo (aparelho decodificador digital portátil) capta e grava a frequência cardíaca do paciente em apenas dez segundos;
3. O profissional de saúde entra em contato com a Central do HCor por um telefone 0800 e informa os dados do paciente, como nome completo, RG, data de nascimento, antecedentes e sintomas;
4. Repassadas essas informações, o atendente do HCor dá o OK para a transmissão do eletrocardiograma. O exame gravado no aparelho portátil é decodificado em sinais sonoros e transmitido ao HCor por um celular (smartphone), aparelho que permite a transferência de dados em alta velocidade;

5. A Central recebe os sinais, que são decodificados para o traçado do eletrocardiograma, no computador. O tempo total estimado do trâmite é, em média, de cinco minutos;
6. Os cardiologistas do Hcor analisam o exame, elaboram o diagnóstico e o enviam com sugestões de tratamento adequado;
7. O profissional de saúde, que está na casa do paciente ou na ambulância, recebe a informação em formato de mensagem de e-mail. O laudo também é repassado automaticamente para o médico da central de regulação do Samu local;


8. Pela tela do celular, é possível visualizar o traçado do eletrocardiograma e todas as outras informações sobre o tratamento do paciente. O sistema digital permite o aumento da amplitude do traçado em até 4 vezes.
Se achar necessário, o profissional de saúde pode retornar a ligação para o HCor. O médico do hospital estará à disposição para discutir e sugerir condutas baseadas em evidências científicas. Todos os dados são arquivados em bancos de dados com sigilo e segurança, conforme recomendações internacionais e do Conselho Federal de Medicina.

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Author`s name Pravda.Ru Jornal