A melhoria da atenção à saúde, principalmente na rede básica, é apontada como um dos motivos de o número de casos novos de hanseníase no Brasil cair 23% entre 2003 e 2007: de 51.941 em 2003 para 40.126 em 2007. O recuo foi ainda mais significativo na população com menos de 15 anos, com índice de queda de 27% (de 4.181 em 2003 para 3.048, em 2007).
A coordenadora do Programa Nacional de Controle da Hanseníase (PNCH), Maria Aparecida de Faria Grossi, explica que o foco na detecção precoce da doença contribui para a melhora dos indicadores. Como a doença tem um longo período de incubação, a ocorrência de casos em crianças e adolescentes está relacionada à transmissão recente. Isso significa que esses jovens estão vivendo em focos ainda ativos, com adultos infectados, e com circulação do bacilo causador da doença. É fundamental identificar não apenas os doentes, mas também as pessoas que convivem com eles.
A hanseníase é causada pelo Mycobacterium leprae, que provoca manchas esbranquiçadas e avermelhadas no corpo. Ela tem cura, mas, se não detectada e tratada precocemente, pode causar incapacidades e deformidades. Os sintomas demoram de dois a cinco anos para aparecerem. O tratamento da hanseníase está disponível gratuitamente na rede que integra o Sistema Único de Saúde (SUS).
Também entre 2003 e 2007, o número de pacientes em tratamento passou de 79.908 para 41.549 (redução de 48%). A intensificação do tratamento de poliquimioterapia e a melhoria na assistência ao paciente refletem no aumento dos índices de cura. Um estudo do Ministério da Saúde aponta que os novos casos da doença estão concentrados em dez grandes áreas do País, principalmente nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste, que registraram 53,5% dos casos novos detectados entre 2005 e 2007. Em termos populacionais, os municípios avaliados concentram 17,5% dos residentes no País.
Cartilha Para potencializar as ações contra a hanseníase, o Ministério da Saúde lançará, nesta semana, durante o Fórum Mundial da Saúde, em Belém (PA), a cartilha Como ajudar no controle da Hanseníase, direcionada aos Agentes Comunitários de Saúde (ACS). A meta é encaminhar cerca de 200 mil exemplares às Secretarias Estaduais de Saúde, que ficam encarregadas de repassar aos municípios. O material traz informações sobre o que deve fazer o agente comunitário ao suspeitar de hanseníase, quais sinais e sintomas devem chamar a atenção e quais orientações ele deve passar ao paciente sobre o tratamento.
MS
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