Faça uma viagem pelo oriente médio guiado por Robert Fisk

Faça uma viagem pelo oriente médio guiado por Robert Fisk

Como você definiria um bom livro? Cada um deve ter seu método de avaliação. O meu, não segue linhas ortodoxas. O livro pode ser de ficção, um ensaio ou uma matéria jornalística, o meu processo não muda muito.  Ele tem dois componentes: quando estou lendo, fico vendo quantas páginas ainda restam para o final e se faltam poucas, economizo na leitura para o prazer durar mais tempo; se estou longe do livro, na rua por exemplo, fico apressando minha volta para abri-lo novamente.

Quando acontecem estas duas coisas, tenho certeza de que estou lendo um bom livro.

De acordo com este teste bem pessoal, um livro que passou com nota máxima é um trabalho de um jornalista - Robert Fisk - sobre o Oriente Médio. É muito mais do que um mero registro jornalístico sobre tudo que aconteceu e continua acontecendo naquela região. Trata-se de um verdadeiro tratado sociológico, escrito dentro da melhor técnica que só um grande jornalista como Fisk consegue dominar e ao mesmo tempo, é uma denúncia sobre os malefícios que o colonialismo trouxe para as populações da região.

O livro tem o irônico título de A Grande Guerra pela Civilização (era assim que os colonialistas ingleses denominavam suas guerras de conquista) e o subtítulo A Conquista do Oriente Médio e nele se contam fatos que vão, desde o holocausto das populações armênias, destroçadas pelos turcos em 1915, até os mais recentes conflitos no Afeganistão, Irã, Iraque, Palestina. Líbia e Síria.

São exatamente 1.493 páginas, o que vai garantir ao leitor que por acaso seguir meu método de avaliação da qualidade de um livro, muitos dias de grande prazer.

Li o livro há alguns anos, mas sempre volto a ele quando quero entender o que existe por trás de um novo conflito na região e eles não param de acontecer, o que significa que tenho retomado muitas vezes a esta leitura.

Robert Fisk tem 71 anos, vive em Beirute há 25 anos e é correspondente para o Oriente Médio do jornal britânico The Independent.

Depois que ler A Grande Guerra pela Civilização, você pode aperfeiçoar seus conhecimentos sobre o Oriente Médio, livre do que diz a imprensa norte-americana, sempre pronta a enaltecer Israel e demonizar os árabes, lendo outro livro de Fisk - Pobre Nação - As Guerras do Líbano no século XX. É mais modesto no número de páginas - apenas 962 duas - mas tão interessante quanto o primeiro.

 

Marino Boeira é jornalista, formado em História pela UFRGS

 

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