EUA: primeiros sinais de desagrado com atuais autoridades em Kiev

EUA: primeiros sinais de desagrado com atuais autoridades em Kiev

Parece que as autoridades dos EUA começam a chegar à conclusão que há tipos bem pouco confiáveis entre os novos "líderes" ucranianos e que é preciso mantê-los sob controle estrito.

Alguns observadores sugeriram que a visita de Joseph Biden teria sido uma espécie de compensação, pelo Ocidente, às autoridades ucranianas, depois do 'acordo' de Genebra. Os EUA sequer conseguiram fazer aprovar a cláusula que protegeria a unidade territorial da Ucrânia.

O analista russo Grigory Trofimchuk diz:


"As autoridades norte-americanas estão começando a dar-se conta de que, na atual situação, não podem dar qualquer ajuda significativa à Ucrânia. Nem a visita de Joseph Biden resultou em ajuda exequível. Tanto quanto sei, ele não trouxe um avião carregado de dinheiro. Mas, ao enviar à Ucrânia um personagem de tão alto cargo, as autoridades norte-americanas tentaram dar a impressão à junta ucraniana que a questão ucraniana seria importantíssima para os EUA. Mais importante que ele, só se viesse o presidente dos EUA em pessoa."


Segundo fontes na imprensa da Ucrânia, as autoridades locais esperavam muito da reunião entre Biden e o presidente 'interino' da Ucrânia, Alexander Turchinov. Mas o único resultado da reunião foram mais promessas de Biden. Pode-se dizer que os EUA só estão prometendo ajudar a Ucrânia a presumir a própria integridade territorial, a tornar-se menos dependente do gás russo, e $50 milhões para ajudar nas reformas. Para a Ucrânia, é 'garantia' miserável.


"A razão pela qual os EUA estão pondo tão pouco dinheiro nas reformas na Ucrânia é, provavelmente, que já têm sérias dúvidas sobre como o dinheiro será efetivamente usado e, principalmente, se o empréstimo será pago" - diz Sergey Pravosudov, especialista russo em políticas de energia.

"$ 50 milhões é muito pouco, para resolver os problemas financeiros da Ucrânia" - prossegue o Dr. Pravosudov. - "A Ucrânia já deve $ 2,2 bilhões à Rússia, em pagamentos atrasados por gás fornecido. A visita do vice-presidente Biden à Ucrânia não passou de encenação. Vimos show semelhante, na performance de Hilary Clinton, que veio à Ucrânia para dizer que os principais recursos naturais do país são gás de xisto e chocolate. Mesmo que, até hoje, ninguém tenha jamais visto gás de xisto na Ucrânia. Quanto ao chocolate, Clinton provavelmente lembrou dele porque Pyotr Poroshenko, candidato à presidência da Ucrânia que os EUA estão apoiando ativamente é, também, magnata do chocolate, um dos maiores produtores de chocolate do país. Clinton sabe pouco da real situação na Ucrânia, se diz tais coisas."


Vai ficando cada vez mais evidente que a situação na Ucrânia está escapando do controle das autoridades norte-americanas. Recente comentário feito por Ron Paul, ex-senador e conhecido libertarista norte-americano, também sugere que os EUA começam a ter de modificar a posição anti-Rússia. Comentando o fato de a Crimeia, parte da Ucrânia até recentemente, ter-se tornado parte da Rússia, Paul escreveu: "E qual é o problema? Por que os EUA teriam algo a ver com que bandeira é hasteada num pequeno pedaço de terra, a milhares de quilômetros de distância de nós?"[1] *****


26/4/2014, Voice of Russia - http://goo.gl/O8LmqJ


[1] http://www.usatoday.com/story/opinion/2014/03/17/crimea-ukraine-russia-ron-paul-editorials-debates/6544163/  

 

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