Hoje (25) é o dia de luto na Rússia em memória do primeiro presidente russo Boris Yeltsim que será sepultado esta quinta-feira. O corpo de Yeltsin, morto ontem aos 76 anos, vítima de insuficiência cardíaca, está sendo velado desde ontem na Catedral Cristo, o Salvador em Moscou - algo impensável para uma autoridade durante o regime comunista soviético que ele ajudou a pôr fim.
Yeltsin também vai entrar para a história como o primeiro líder político do país que não será sepultado no Mausoléu do Kremlin, e sim num cemitério.
Milhares de russos passaram hoje pelo velório de Yeltsin, na Catedral Cristo, o Salvador - símbolo do ressurgimento da Igreja Ortodoxa Russa depois de décadas de ateísmo oficial sob o comunismo. A catedral é uma réplica da original, que ficava à margem do Rio Moscou e foi dinamitada pelas autoridades soviéticas em 1931. Seis décadas depois da demolição da catedral, as fundações da própria União Soviética ruíram. Em 1994, Yeltsin empenhou-se pessoalmente para reconstruir a catedral.
Ao som de hinos da Igreja, pessoas entravam enfileiradas na catedral para deixar flores próximo ao caixão do ex-presidente, que estava no centro da igreja coberto com a bandeira da Rússia. Até o fim da noite, pessoas ainda aguardavam para entrar na igreja. A viúva de Yeltsin, Naina, e suas duas filhas ficaram o tempo todo sentadas perto do caixão.
O enterro do ex-líder russo será realizado no Cemitério Novodevichy, de Moscou, e deve contar com a presença dos ex-presidentes americanos Bill Clinton e George H. W. Bush, do ex-presidente soviético Mikhail Gorbachev e do ex-presidente da Polônia Lech Walesa, entre outros dignitários. A maioria dos outros países está mandando representantes de segundo escalão - reflexo do rápido sepultamento de Yeltsin e também do legado incerto que deixou à Rússia, de reformas incompletas.
Autoridades russas estimam que 4.000 pessoas foram dar adeus a Yeltsin ontem. Yeltsin falhou em trazer estabilidade política, econômica e social à Rússia. Muitos russos ficaram ultrajados com a venda do patrimônio público e de empresas estatais em leilões obscuros, bem como com a desintegração do sistema público de saúde e de previdência. Mesmo entre os seguidores de Yeltsin, alguns o acusam de ter deixado o país nas mãos do seu vice-presidente, Vladimir Putin, que críticos acusam de retirar muitos dos avanços democráticos de Yeltsin.
Fonte AE
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