EUA vs. ONU

O que fez com maestria, pois é um ator. Muitos presidentes norte-americanos, especialmente os que atuaram durante a guerra fria, desprezaram as Nações Unidas mas o megalômano Bush, com certeza, é o que mais deseja sua extinção. Ele, certa vez, até mesmo sugeriu que sua sede fosse transformada em condomínio de luxo. O comportamento do Secretário Geral Koffi Annan não tem ajudado muito. De qualquer forma, este desprezo pelas instituições internacionais partindo do líder da mais poderosa nação do mundo apenas serve para mostrar que não se pode confiar na proteção da O.N.U. No século XX temos um outro exemplo de como uma entidade internacional torna-se impotente diante de interesses de poderosos.

No final da Primeira Guerra Mundial, o então presidente norte-americano Woodrow Wilson idealizou a Liga das Nações para que a mesma trouxesse ordem ao mundo do pós-guerra e evitasse, através de sanções, futuros conflitos armados entre nações. O projeto de Wilson tornou-se realidade, a Liga das Nações foi criada contudo, já se iniciou fraca, pois nem mesmo os Estados Unidos desejaram se tornar membros eis que o povo americano preferia o isolamento. Não obstante, a Liga das Nações continuou a exercer suas atividades durante os anos seguintes demonstrando, contudo, sua incapacidade de refrear ambições de alguns de seus membros como a Alemanha de Hitler, a Itália de Mussolini e o império japonês. A Liga das Nações demonstrou que é impossível combater armas com estatutos.

Então veio a Segunda Guerra Mundial e mais uma vez o mundo do pós-guerra, necessitava, uma vez mais, de uma liderança internacional Então, o então presidente norte-americano Franklin Roosevelt e o primeiro-ministro britânico Winston Churchill idealizaram a Organização das Nações Unidas que, como sua predecessora, deveria ser capaz de trazer ordem e evitar conflitos. A nova organização era mais forte que a Liga das nações, pois tinha como membros os Estados Unidos e a antiga União Soviética que faziam parte do Conselho de Segurança e tinham direito de veto. O primeiro grande conflito que comprovou a força da nova instituição, foi a Guerra da Coréia onde a Coréia do Sul apelou para a O.N.U. para ajudar a combater a ameaça vinda do norte. As forças das Nações Unidas lideradas pelos Estados Unidos, então, expulsaram os invasores. Os sul-coreanos foram ajudados, naquela época, pela ausência dos soviéticos no Conselho de Segurança que não puderam operar seu veto. A questão é se a guerra aconteceria mesmo com o veto dos soviéticos?

Depois da guerra da Coréia, contudo, a O.N.U. demonstrou, como sua predecessora, toda sua ineficácia quando tinha de confrontar os interesses das super potências. Primeiramente, a guerra do Vietnã, que, aparentemente, não foi submetida à aprovação do Conselho de Segurança para que não houvesse a possibilidade de veto e ainda, porque os sul-vietnamitas já tinham uma ajuda significativa que era a dos americanos. O que ocorreu no Oriente Médio foi ainda mais absurdo. De acordo com as resoluções da O.N.U. a Palestina foi dividida entre árabes e judeus. Após a guerra dos seis dias, no entanto, não somente Israel apoderou-se de toda a Palestina como também parte do território sírio e o Sinai egípcio. Tal ação deveria sofrer retaliações das Nações Unidas. Entretanto, Israel era o maior aliado dos Estados Unidos no oriente médio e a ação que era ilegal, tornou-se legal.

Nos dias de hoje aparentemente, nada mudou. É até mais fácil parta os Estados Unidos e seus aliados, fazerem as coisas acontecer do jeito que eles bem entendam, uma vez que o mundo não esta mais dividido em dois blocos e já não há mais duas superpotências. Os Estados Unidos e seus aliados são, agora, o poder absoluto no mundo. É por esta razão, que o mundo continuará a testemunhar os Estados Unidos, especialmente, se Bush continuar como presidente, se tornarem uma espécie de Xerife do mundo espalhando os ventos da democracia nos povos do mundo, quer eles queiram ou não.

José Schettini Petrópolis, RJ BRASIL

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