A direita odeia isso - Filho de pedreiro e catadora se forma em direito e homenageia pais no PI
"Tinha dias em que eu não tinha sequer o dinheiro da passagem de ônibus"
No Uol
Filho de pedreiro e de catadora de castanhas, o estudante de direito Ismael do Nascimento Silva, 25, emocionou quem estava presente na colação de grau dele ocorrida em Teresina (PI), na noite da última sexta-feira (11). O jovem subiu no tablado da área de entrega do diploma carregando um banner destacando a origem humilde da família. "O filho do pedreiro com a catadora de castanhas também venceu", dizia a faixa com a hastag #MeusPaisMeusHeróis.
A história de superação de Silva ganhou as redes sociais no fim de semana com a divulgação das fotos da formatura pela empresa que registrou as imagens. A fotografia dele com a faixa está com centenas de compartilhamentos e mensagens parabenizando-o pela conquista.
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"Meus pais me deram oportunidade para que eu conseguisse me formar em direito. Apesar de não terem condições, me deram assistência financeira para me manter no curso. Os dois entraram na colação de grau comigo porque são meus maiores exemplos de humildade, honestidade, dedicação e amor", afirmou o novo advogado.
A mãe dele cursou até o 3º ano do ensino fundamental e o pai até o 1º ano do ensino médio. Silva é o primeiro da família a concluir um curso superior. "Eles estão muito orgulhosos e eu também porque passei no exame da OAB quando estava no 9º período." No dia 11 de agosto, ele recebeu a carteira da ordem para poder exercer a profissão já depois da formatura.
"Minha vida não foi fácil. Aos 10 anos comecei a trabalhar para ajudar a minha mãe, pois meus pais são separados. Vendi 'sacolé', espetinho de carne, milho cozido. As dificuldades financeiras me incentivaram a estudar. Estou na metade do meu projeto de vida ainda, com essa formatura, mas ainda quero passar num concurso público para ter estabilidade e organizar a vida financeira da minha família", contou Silva.
Ele cursou direito em uma faculdade particular em Teresina como bolsista do Prouni (Programa Universidade para Todos), do Ministério da Educação. Para pagar o transporte, os livros e demais materiais durante o curso, o estudante conseguiu uma vaga como instrutor de Badminton num clube próximo à faculdade.
"Tinha dias em que eu não tinha sequer o dinheiro da passagem de ônibus. Como eu saía cedo da manhã para estudar na biblioteca, já ficava para as aulas do curso à tarde. Ficava sem me alimentar até chegar em casa à noite. No segundo ano, a dona da cantina soube da minha história e eu passei a almoçar de graça. Além da minha força de vontade, sempre tive pessoas que me ajudaram, como meus pais, os colegas da turma, professores e anjos que iam surgindo a cada vez que aparecia algum obstáculo", conta o advogado.
Fonte: Conversa Afiada
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