O embaixador da Turquia nos Estados Unidos, Nabi Sensoy, voltou ontem (11) a seu país para discutir a aprovação de um texto de uma comissão do Congresso americano a respeito do massacre dos armênios pelo Império Otomano no início do século 20. O documento debate a classificação das mortes como genocídio.
O embaixador deve responder perguntas sobre o processo, durante o qual o texto passará nos EUA ante oficiais turcos. Os armênios afirmam que mais de 1,5 milhões de pessoas morreram devido a um "genocídio sistemático" que teria ocorrido entre 1915 e 1917, antes do estabelecimento do Estado turco moderno, em 1923.
Os turcos alegam que os números são exagerados, e que os assassinatos ocorreram em um "período de descontrole civil" na queda do Império Otomano.
O documento foi aprovado nesta quarta-feira por 27 votos a favor [21 contra] pelo Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes, em uma medida que desafiou o presidente dos EUA, George W. Bush.
O documento deve ser votado por toda a Casa. Com o apoio democrata, o texto tem grandes chances de ser aprovado, segundo a Associated Press.
Horas antes do voto, Bush fez um apelo para que os membros do grupo rejeitassem a medida.
"Este texto faria um grande dano a nossas relações com um aliado chave na Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte] e para a guerra ao terror", disse Bush poucas horas antes do comitê analisar o documento.
A preocupação da administração Bush pode estar relacionada com a possibilidade de que a Turquia impeça a passagem de itens americanos enviados ao Iraque por seu espaço aéreo. O secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, afirmou que 70% do transporte aéreo com destino ao Iraque passa pelo espaço turco.
Além disso, um terço do combustível utilizado pelas Forças Armadas dos EUA no Iraque é transportada por tal corredor aéreo.
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