Segundo uma organização de dissidentes, treze pessoas ainda cumprem penas nas prisões chinesas por participarem dos protestos pró-democracia na praça Tiananmen (Praça da Paz Celestial), em Pequim, em 4 de junho de 1989. A manifestação completa 18 anos nesta segunda-feira.
"Exigimos que as autoridades chinesas libertem incondicionalmente todos os presos políticos por terem participado nas manifestações pró-democracia de 1989", diz o comunicado da rede Defensores dos Direitos Humanos na China.
A repressão política ainda não acabou na China, apesar de se ter tornado cada vez mais discreta e suave, afirmou organização.
A segunda-feira foi tranqüila na praça Tiananmen, o centro político simbólico da China, com as multidões de turistas assistindo ao hasteamento da bandeira chinesa e tirando fotografias em frente do retrato de Mao Tsé-Tung, líder comunista chinês que morreu em 1976, depois de mais de 20 anos governando o país.
O policiamento fardado estava mais intenso que em dias normais e havia mais carros do Departamento de Segurança Pública estacionados ao redor da praça.
Apesar do número ainda desconhecido de mortos no episódio (são dezenas, centenas ou até milhares, segundo diferentes fontes), ainda existem pessoas que ignoram os resultados da manifestação.
É o caso da estudante de 18 anos Wang Zhi, nascida poucos meses antes dos tanques do exército chinês terem entrado na praça para coibir os protestos em favor da democracia que se espalhavam por toda a China, que não fala sobre o que aconteceu.
"Repressão aqui na praça? Nunca ouvi falar", disse a jovem de Pequim, que visitava a praça com familiares de fora da capital.
De acordo com testemunhos, o regime de Pequim continua considerando o movimento pró-democracia como uma vaga "contra-revolucionária" e censura, proíbe e chega a prender os que ousam falar do 4 de junho de 1989.
O manifestante Pu Zhiqiang declarou à imprensa internacional que a polícia o deteve durante duas horas no domingo, depois de ter visitado a praça e ter prestado declarações à cadeia de rádio Voice of America, dos Estados Unidos.
Apesar de tudo, o regime chinês também vem dando mostras de alguma abertura política. Ding Zilin, uma das fundadoras do "Mães de Tiananmen", um grupo de familiares dos manifestantes mortos na repressão, obteve permissão para realizar, junto com a família, uma pequena cerimônia na noite de domingo perto do local onde julga que o exército chinês matou o filho.
"É a primeira vez que nos deixaram fazer isto em 18 anos. Talvez estejam tentando melhorar a imagem da China antes dos Jogos Olímpicos de Pequim 2008", disse Ding.
Fonte Lusa
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