O presidente nacional PT, Tarso Genro, anunciou na tarde desta segunda-feira (29) que optou por não disputar o PED (Processo de Eleições Diretas) marcado para o próximo dia 18, no qual era candidato à presidência. Tarso também retirou seu nome da chapa do Campo Majoritário.
A divergência que levou a sair da disputa, segundo ele, diz respeito às duas possibiliades de transição na direção partidária: uma, negociada com o poder anterior, a qual diz aceitar, mas não defende. A outra era a minha, que trazia um simbolismo de ruptura, de refundação, ressaltou.
Ainda nesta tarde, Tarso fora informado pelo coordenador do Campo Majoritário, Francisco Rocha, de que a chapa seria mantida. Sendo assim, optou por sair.
Acho perfeitamente aceitável a decisão, mas não serei candidato. Entendo que a posição foi tomada pela maioria e respeito, mas não coincide com minha decisão de um novo pacto dirigente, que renove o partido, que tenha um respeito maior às minorias e que produza suas posições pela sua capacidade de produção, de direção", afirmou.
Tarso disse que se mantém na presidência até o fim do PED. Sinto-me recompensado e honrado como presidente do partido. É obrigação que assumi e não pretendo renunciar.
Ligação com responsabilidades
Segundo Tarso, não é possível achar que um processo social e político é como se fosse um processo natural.
O processo da natureza é sem sujeito, não tem quem pense. Na política e na sociedade não é assim. As pessoas escolhem entre várias opções. As pessoas se relacionam com grupos políticos. Chegamos num determinado momento que, se o partido não tiver ligação com suas responsabilidades, não será possível o processo de refundação", disse.
O presidente do PT afirmou que, mesmo deixando de concorrer, pretende iniciar um conjunto de conversações com lideranças nacionais para repensar o PT.
O partido não esgota o seu movimento de recuperação na medida em que tem uma nova presidência. Temos que refundar o PT", insistiu.
Ele avaliou que a crise não é pequena e que sua missão é de responsabilidade política. Tarso diz ter como foco um diálogo com responsabilidade e independência, principalmente, destacou, por não ter integrado a antiga maioria e não ter sido da Executiva do partido.
Sinto-me a vontade, portanto, para dizer que PT precisa de renovação.
Renovar alianças
A respeito do governo Lula e das eleições 2006, Tarso ressaltou que é necessário renovar as alianças para um possível segundo mandato. Contudo, fez questão de ressaltar que os indicadores econômicos e sociais podem ser considerados os melhores desde a era Vargas.
Tarso classificou a afirmação do deputado José Dirceu (PT-SP), de que seria mais fácil dar um tiro na cabeça do que deixar a chapa, como uma metáfora nervosa. Disse, porém, que issonão desqualifica o deputado.
Não tenho o direito de impugnar o direito (de José Dirceu) de permanecer na chapa. A questão que se impõe, para mim, é de natureza política da chapa, pois respeito, mas não tenho identidade política.
O presidente do PT avaliou política econômica do governo como forte. Mas reforçou necessidade de olhar para frente, pensado em novas políticas de desenvolvimento social sustentável.
Para Tarso, também é repciso reavaliar o papel das alianças e do PT na na relação com o Estado e governo.
Vladimir Braga PT
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