Governo e rebeldes do Sudão do Sul assinam cessar-fogo

Delegações do governo e dos rebeldes do Sudão do Sul negociam os termos de um cessar-fogo em Adis Abeba, na Etiópia (Igad)


O governo e os rebeldes no Sudão do Sul assinaram um cessar-fogo nesta quinta-feira (23), em Adis Abeba, Etiópia. As negociações estão sendo mediadas pela Autoridade Intergovernamental de Desenvolvimento (Igad) africana, entre o governo do presidente Salva Kiir e o grupo armado de apoio ao ex-vice-presidente Riek Machar, para suspender os confrontos violentos que mergulharam os civis no conflito armado. A Chancelaria da China emitiu uma nota em que saúda o acordo e pede implementação imediata.


O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Qin Gang, disse em uma entrevista coletiva que "a China dá boas-vindas ao acordo de cessar-fogo alcançado entre as duas partes do conflito e aprecia os esforços persistentes feitos pela Autoridade Intergovernamental sobre Desenvolvimento (Igad, na sigla em inglês) e por outras partes."


Sob a mediação da Igad, o governo do Sudão do Sul, liderado pelo presidente Salva Kiir, e os rebeldes leais ao ex-vice-presidente Riek Machar concordaram em pôr fim ao conflito fatal que cobrou milhares de vidas e deslocou um milhão de pessoas.


O conflito no Sudão do Sul, o país mais novo do mundo, eclodiu em 15 de dezembro de 2013, quando o governo de Kiir declarou que soldados leais ao ex-vice-presidente Riek Machar, destituído em julho, lançaram uma tentativa de golpe.


Cerca de 10 líderes que apoiaram os rebeldes foram detidos por seu papel na tentativa de golpe, mas o governo já afirmou cogitar a sua anistia, depois de seus casos serem ouvidos nos tribunais.


Segundo o documento do acordo, divulgado pela Igad, o Exército Popular de Liberação do Sudão - que afirma representar a oposição ao presidente Kiir - e o governo comprometem-se a "buscar uma solução à crise dentro do quadro de suspensão das hostilidades, com a efetivação de mecanismos de verificação e monitoramento, que devem ser apoiados pelas comunidades locais."


Além disso, o documento reconhece os esforços de mediação e facilitação da própria Igad e do seu Fórum de Parceiros, da União Africana, da Organização das Nações Unidas (ONU), da China, da União Europeia e da troika Noruega, Reino Unido e Estados Unidos.


Entre os compromissos está a do cessar-fogo, do fim da propaganda de hostilidade que acabam por prejudicar os diálogos, da proteção dos civis contra as execuções, violações, destruição de propriedade e deslocamento forçado, entre outras ações de violência recorrentemente denunciadas, a garantir o acesso de assistência humanitária e de implementar mecanismos de monitoramento e verificação.
No mesmo dia, os negociadores assinaram também um entendimento sobre o estatuto dos detidos no âmbito do conflito armado, e ambos os acordos devem entrar em vigor nesta sexta-feira (24).
 
Por Moara Crivelente, da redação do Vermelho
Com informações da Igad

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