O PCP, na aceitação de Jerónimo de Sousa para Secretário Geral, faz uma introspecção e entende que o seu espaço político é o seguimento da linha ortodoxa, reafirmando o PCP como partido que represente o operário português.
Jerónimo de Sousa descreveu os renovadores como cogumelos mais ou menos venenosos, que têm barbas brancas e avisa-os: Cuidem-se, desiludam-se em relação a este partido, porque podem pôr as barbas de molho".
Traçando a linha do seu partido (Jerónimo de Sousa será nomeado Secretário Geral ainda hoje), o novo líder entende que o PCP deve manter-se fiel as classes trabalhadores mas também a alguns sectores da burguesia, pois a esquerda precisa do PCP mas também do Partido socialista, porque o PCP é insuficiente sozinho.
Sem mencionar o Bloco de Esquerda, se é isso que Jerónimo de Sousa entende, nomeadamente que uma alternativa da esquerda é saltar para a cama com um PS assumidamente de direita mas que se auto-proclama a única alternativa da esquerda, o eleitorado dirá daqui a 18 meses se esse é um passo positivo para o partido, ou se é mais um cravo na sua caixão.
Que a esquerda em Portugal ande de costas viradas entre as partes, é uma questão da definição política de cada partido e fazem o que bem entenderem. Mas piscar o olho a uma formação de direita que só tem desprezo pelo PCP, e sempre teve, deixa no ar a suposição que o PCP já não tem confiança em si.
Tem boas estruturas, tem energia e tem pessoal competente. Por quê é que o PCP não esquece o PS e vai à procura de novas soluções de esquerda que aumentam as suas bases por capturar o voto dos mais jovens, com tanto que há lá fora por fazer?
Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru
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