A greve nacional dos bancários está entrando hoje em seu 14 dia. Em todo o país, os bancários retomaram sua tradição de mobilização e combatividade, cruzando os braços e protagonizando passeatas em defesa dos salários, de melhores condições de trabalho e denunciando os lucros dos banqueiros, garantidos por altas taxas de juros que oneram a produção, o consumo e sobretudo os trabalhadores e a classe média.
A deflagração da greve nacional deste ano teve uma particularidade com a qual os banqueiros não contavam: as conservadoras direções sindicais defenderam aceitar a proposta da Fenabam, mas os bancários disseram não.
A posição da Confederação Nacional dos Bancários ligada à CUT foi derrotada nas assembléias bancárias que deflagraram a greve nacional unificada dos bancos privados e públicos.
Com as direções sindicais tendo sido superadas pela determinação de luta da base, as direções dos sindicatos buscaram o governo federal para intermediar o acordo. O ministro do trabalho Ricardo Berzoini, ex-presidente do Sindicato dos Bancários de SP e da Confederação Nacional dos Bancários, falou em nome do governo. Do outro lado da mesa estavam alguns sindicalistas que tinham a pouco tempo atrás sido colegas do ministro.
Berzoini disse que o governo não iria intervir nas negociações. Não faltou muito para os fatos desmentirem o ministro. Em uma reunião governamental, com a presença dos presidentes do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, com o aval de Lula, ficou decidido que o governo irá cortar o ponto dos bancários do BB e da CEF. Ou seja, primeiro o governo se omitiu.
Em seguida, quando atuou, foi para intervir do lado dos banqueiros.
Com a decisão do governo federal de cortar o ponto dos grevistas fica evidente que o governo Lula se joga ao lado dos banqueiros para tentar intimidar e derrotar a greve nacional dos bancários.
Não é à toa que no dia seguinte os telejornais da Rede Globo fizeram coro com o governo e passaram a comentar os prejuízos da população com a greve. Não falam dos lucros dos bancos, nem dos juros que infernizam o país e enriquecem os rentistas. Não falam dos baixos salários dos bancários nem das péssimas condições de trabalho. Fazem coro com o governo para condenar os bancários. No mesmo tempo os tribunais começam a ser acionados para também neste terreno intimidar o movimento.
Assim, está claro que o governo Lula ameaça os bancários com o fantasma dos petroleiros derrotados pelo governo FHC. Lula quer o seus próprios petroleiros. Basta! Eles não passarão!
Desta vez, os trabalhadores não permitirão a derrota de sua luta. Os bancários necessitam o apoio da população. A greve necessita ser fortalecida. Esta é a resposta que deve ser dada ao governo: greve até a vitória. O P-sol esta do lado dos bancários. Chamamos o MST, as entidades do movimento sindical que defendem os trabalhadores, os salários e o direito de greve, a repudiar o governo Lula e a defender a greve dos bancários.
Chamamos o parlamento a se posicionar pelo atendimento das reivindicações da categoria, de tal forma que, aí sim, a greve possa ser encerrada. No P-Sol hoje somos todos bancários.
Heloísa Helena - Senadora - P-Sol (AL) Luciana Genro - Deputada Federal - P-Sol (RS)
Babá - Deputado Federal - P-Sol (SE) João Fontes - Deputado Federal - P-Sol(PA)
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