Depois de viver quase 25 anos em Portugal, podia dizer, até ontem, que quase nada me surpreendia. Quase.
No entanto, o que acabo de ouvir me faz corrigir minha posição: nada mesmo me surpreende. Nada mesmo. Como é sabido, Pravda.Ru presta um serviço gratuito de consultadoria para imigrantes que já estão em Portugal ou para aqueles que pensam em vir, direccionando-os aos serviços e organizações competentes e aconselhando-os sobre como vir (ou ficar) sempre dentro da legalidade. Gostaríamos de partilhar os seguintes casos com os nossos leitores, para os avisarem a ter cuidado perante umas situações de tamanha injustiça em Portugal.
Se vir a Portugal e se estiver a trabalhar legalmente, fazer seus descontos, pagar à segurança social, ter toda a documentação, depois de ter perdido dias sem fim e ser muitas vezes pessimamente atendido, e depois de ter pago uma soma exorbitante pelo prazer de se legalizar (cerca de 10% dum salário médio mensal), pensa que está tudo bem encaminhado?
Engana-se.
Recebemos hoje um caso, devidamente investigado, dum imigrante que trabalha num hotel na baixa lisboeta, com toda a devida documentação, faz todos os descontos que deve mas não pode receber seu visto. Por quê? Porque o hotel, em pleno funcionamento, ainda não tem alvará de funcionamento. A única razão porque não colocamos o nome do hotel aqui é porque Pravda.Ru não tem de se meter nos assuntos internos dos países onde somos lidos, pois não nos interessa noticiar os eventos deste tipo em Portugal. Somos um jornal russo em português e cabe aos jornais portugueses noticiarem este tipo de situação.
O que nos interessa aqui é avisar aos imigrantes, que nem que tivessem feito tudo que lhes foi pedido (que não é pouco e dificultam ao máximo, podem crer), pode não ser suficiente não por um problema vosso, mas por causa duma questão que nada tem a ver convosco e que não é vossa culpa.
Os serviços não irão legalizar-vos nesta situação mas o hotel fica aberto. A receber clientes. Sem alvará. Bem vindos à União Europeia, que parece ter passado ao lado de Portugal.
Outra situação que foi-nos trazida foi o seguinte: a dos carimbos nos passaportes. Tenham cuidado, pois algumas vezes, os carimbos colocados nos aeroportos são errados, pois colocam a data errada. Imagine a surpresa duma pessoa que vai pedir a renovação do visto quando depara que passou 4 meses no Brasil (de acordo com os carimbos) e não os 18 dias que de facto passou.
Tenham cuidado, verifiquem os carimbos nos aeroportos, pois de truques baixos, ineficiência, ineficácia, mas de arrogância e exigências, as autoridades em Portugal estão cheias.
Se tiverem problemas ou perguntas ou se conhecerem situações de irregularidade, escrevam para [email protected]
Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru
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