Depois de assinado o acordo nuclear provisório em novembro de 2013, a Arábia Saudita passou a dedicar seus recursos a derrotar o acordo, movida pelo temor de que a iranofobia que tanto maquinara estivesse vindo abaixo. Hoje em Riad há alguns que não apenas continuam a impedir a normalização, mas estão decididos a arrastar para o confronto toda a região.
O mundo celebrará em breve a implementação de um acordo histórico, que resolve a crise desnecessária, mas perigosa, em torno do programa nuclear do Irã. Todas as partes esperavam, e continuam a crer firmemente nisso, que a resolução da questão nuclear permita que nos foquemos na luta contra o grave desafio do extremismo que castiga nossa região - e o mundo.
O presidente Rouhani tem dito repetidas vezes que a mais alta prioridade da política exterior do Irã é amizade com nossos vizinhos, paz e estabilidade na região e cooperação global, especialmente na luta contra o extremismo.
Em setembro de 2013, um mês depois de assumir o governo, o presidente Rouhani apresentou a iniciativa intitulada World Against Violence and Extremism, WAVE [O mundo contra a violência e o extremismo]. A iniciativa foi aprovada por consenso pela Assembleia Geral da ONU, criando esperanças de que seria possível todos nos empenharmos numa campanha global, de visão ampla, contra o terrorismo.
Infelizmente, alguns países põem-se hoje como obstáculo na via para qualquer engajamento mundial construtivo.
Depois de assinado o acordo nuclear provisório em novembro de 2013, a Arábia Saudita passou a dedicar seus recursos a derrotar o acordo, movida pelo temor de que a iranofobia que tanto maquinara estivesse vindo abaixo. Hoje em Riad há alguns que não apenas continuam a impedir a normalização, mas estão decididos a arrastar para o confronto toda a região.
A Arábia Saudita parece ter medo de que, removida a cortina de fumaça que pairava sobre toda a questão nuclear, seja possível ver, afinal, a verdadeira ameaça: o patrocínio ativo que aquele reino provê ao extremismo violento. O barbarismo é claro.
No cenário interno, os carrascos do estado degolam com espadas, como se viu recentemente, 47 pessoas num só dia, inclusive Xeique Nimr al-Nimr, autoridade religiosa respeitada, que devotou a vida a ensinar não violência e respeito aos direitos civis. No cenário externo, homens mascarados também degolam, mas com facas.
Não esqueçamos que os perpetradores de tantos atos de terror, dos ataques do 11 de setembro ao massacre em San Bernardino e outros vários episódios de extremismo que houve entre um e outro daqueles eventos, além de quase todos os membros de grupos terroristas como Frente al-Nusra e Al-Qaeda, são ou cidadãos sauditas ou objeto de lavagem cerebral por demagogos pagos e mantidos com petrodólares, que vivem de promover mensagens anti-islâmicas de ódio e sectarismos.
A estratégia dos sauditas, de fazer descarrilar o acordo nuclear e perpetuar - e até exacerbar - a tensão na região tem três componentes: pressionar o Ocidente; fazer guerra ao Iêmen e patrocinar o terrorismo, para promover instabilidade regional; e provocar diretamente o Irã. A campanha militar de Riad no Iêmen e o apoio que dá a extremistas são bem conhecidos.
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